O documento discute os diferentes tipos de planos de gravação utilizados no cinema e na televisão, explicando suas características e significados. Os planos variam de acordo com a proximidade da câmera ao objeto filmado e incluem planos gerais, médios, próximos e detalhes. Ângulos de gravação como plongée e contra-plongée também carregam significados. O formato 16:9 é atualmente o padrão para a TV digital.
1. O Plano é o “Seletor do Olhar”, é a “Ilusão da
percepção real”. Cada Plano de Gravação deve possuir
um significado para o espectador, que o auxiliará a
compreender melhor a história que queremos contar.
Podemos gravar nosso cenário, com pessoas e
objetos, de vários ângulos e distâncias. Os Planos de
Gravação não são regras, nem rígidos, mas sim uma
base de entendimento entre a equipe, o Diretor de
Fotografia e o Diretor.
Planos de Gravação
2. Este é um dos tipos de “Take de Localização”. Com esta
imagem criamos uma ambientação e designamos uma localização
para a sequencia de imagem que a seguirá. Este Take passa uma
ideia de grandeza do local, muitas vezes com o “homem” sendo
um item insignificante do cenário. No cinema este plano funciona
bem, já na televisão é pouco explorado, por perder os detalhes na
tela pequena.
Grande Plano Geral
3. O Plano Geral também é um “Take de Localização”, mas é
mais fechado e integra mais os personagens ao ambiente. Com
este plano podemos mostrar melhor os detalhes do cenário.
Psicologicamente, este plano pode passar a ideia de pequenez do
“homem”, ou o efeito global de uma ação.
Plano Geral
4. O Plano Conjunto é utilizado para mostrar um grupo de
personagem interagindo no cenário. O Plano Conjunto substitui o
Plano Geral na Televisão, pois define melhor os personagens.
Existem algumas divergências sobre o Plano Conjunto, pois alguns
profissionais definem que quando um personagem, sozinho em
cena, está de corpo inteiro também é um Plano Conjunto. No
entanto, para melhor definição de termos, utilizaremos a
subdivisão Plano Inteiro.
Plano Conjunto
5. Plano Inteiro, ou Plano Aberto, é utilizado para mostrar o
personagem, de corpo inteiro, interagindo com o cenário. Muito
similar ao Plano Conjunto, mas diferenciando-se pela quantidade
de pessoas em cena. Este plano passa a ideia de uma ação global,
na qual o personagem está inserido em um cenário e sua ação se
integra ao mesmo.
Plano Inteiro / Plano Aberto
6. O Plano Americano foi primeiramente utilizado nos filmes de “Velho
Oeste”, pois era necessário mostrar o coldre das armas. Se repararmos o
nosso dia-a-dia, quando estamos, em pé, conversando com alguém, a
vermos em Plano Americano. Por isso, utilizamos este plano para passar
ao telespectador a ideia de que ele está participando da cena. Este é um
plano que mostra muito movimento do personagem e pouca expressão
facial. Pode ser utilizado para demonstrar familiaridade, dramaticidade
corporal e ação corporal.
Plano Americano
7. Podemos dizer que o Plano Médio enquadra da cintura (mais
ou menos) para cima. Este já é um plano bastante intimista, pois
possui ação e definição da emoção facial do personagem. O
cenário se torna menos importante que o personagem. O valor
expressivo e dramático deste plano é grande para a narrativa.
Plano Médio
8. O Plano Próximo abrange do tórax para cima. Este plano se
assemelha muito ao Plano Médio em termos de narrativa, no
entanto, este mostra menos a ação e mais da expressão facial. O
Plano Próximo é muito utilizado no Telejornalismo.
Plano Próximo
9. O Primeiro Plano é a imagem do ombro para cima. Neste
plano o que importa é a expressão do personagem. O
cenário é o que menos importa. Utilizamos este plano para
demonstrar as emoções faciais como amor, alegria,
desespero e medo. Muito utilizado como um plano de
impacto ou plano para demonstrar a reação do personagem.
Primeiro Plano / Close-up
10. Caracteriza-se por termos o rosto do personagem dominando
completamente a cena. Em termos psicológicos, seu uso é similar
ao do Primeiro Plano, com maior ênfase a expressão dos olhos,
nariz e boca.
Primeiríssimo Plano / Super-
Close
11. O Plano Detalhe é utilizado para ressaltar determinada
ação, parte do corpo (olhos, boca, pés, mão, etc) ou objeto
(Logo de um carro, uma fruta, etc).
Plano Detalhe / Extreme Close-
up
12. Imagine, se na conversa, ambos os personagens estivessem
frente-à-frente, mas em close estivessem ambos olhando para o
mesmo lado? Isso seria uma inversão de eixo. Para contornarmos
este problema devemos traçar uma linha imaginária, como na
figura acima, pelos personagens e um ângulo de 180º que a
câmera não deverá ultrapassar. Assim, quando um personagem
está de frente, o outro está de costas e vice-versa, sem
confundirmos a cabeça do espectador.
Campo e Contra-campo
13. Utilizamos o Campo e Contra-Campo para estabelecer uma sequência
de conversas. Ao gravarmos uma conversa entre dois personagens ou um
personagem olhando para determinado objeto, precisamos estabelecer a
localização espacial de ambos. No caso de gravarmos um Plano Conjunto
onde os personagens estejam se olhando frente-à-frente, um à esquerda
e outro à direita, para depois gravar os personagens em separado (em
qualquer dos planos pessoais individuais) devemos atentar para a
direção do olhar do personagem.
Campo e Contra-campo
14. Os planos de gravações foram definidos. Como padrão, estes
planos são todos com o ângulo no mesmo nível da testa do
objetivo ou centro do objeto. O que acontece se você alterar este
ângulo? E se eu gravar mais do alto ou mais baixo? Assim como os
planos possuem significados subjetivos, os ângulos também os
possuem. Vamos às definições:
Ângulos de Gravação
15. Este ângulo é muito utilizado como contra-campo e para
estabelecer o que o personagem está vendo. Este enquadramento
é muito utilizado em entrevistas também.
Over the Shoulder
16. Gravar alguém do alto, em Plongée, pode passar intenções
diversas. Dependendo do contexto, você pode interpretar o
objeto/objetivo como inferior, infantil, insignificante, fraco,
pequeno, humilde ou desprezível. Este é um ótimo ângulo
para demonstrar menosprezo, mas também a altura de um
local.
Plongée
17. Essa artimanha já havia sido utilizada para endeusar Lênin
(October- de 1927) e Hitler (Triumph of the will – de 1934- dirigido
por Leni Riefenstahl).
O Contra-Plongée, pode passar diversas intenções,
dependendo do contexto. Este ângulo sugere grandeza física ou
moral, superioridade, poder, arrogância, força, nobreza e domínio.
Contra-Plongée
18. Este ângulo denota fraqueza, humilhação, insignificância.
Obviamente, a interpretação subjetiva desta imagem depende
sequência de imagens que você está utilizando.
Zenital
19. Este ângulo é similar ao Contra-Plongée, também denota
poder. Esteticamente é melhor utilizado com animais voando,
aranhas descendo ou objetos similares.
Nadir
20. Este ângulo é utilizado para expressar a visão do
personagem, sua maneira de ver o mundo e as ações que o
cercam.
Subjetiva
21. Embora existam diferentes números de linhas na formação
da imagem na TV em diferentes países, todos os sistemas
adotaram, desde a invenção da televisão, a proporção 4:3. Esta
relação proporcional nas medidas de um quadro de imagem é
chamado de aspect ratio.
O aspect ratio de 4:3 adotado pela TV era compatível com
as telas de cinema que antecederam o formato CinemaScope,
Vista - Vision e Panavision. (MARQUES, 2007).
Escala de planos na TVS (4/3) e
na HDTV (16/9)
22. Sendo o formato 16:9 o padrão de aspecto para a imagem
na TV Digital, surgem diversos problemas envolvendo a produção e
a exibição:
- toda produção televisiva ocorrida até agora, incluindo todo
material em arquivo nos centros de documentação, estão no
formato 4:3;
- alguns parque técnico atual de pequenas redes são compostos
por câmeras, gravadores, switchers de vídeo, geradores de
caracteres, distribuidores de vídeo, monitores de vídeo e todos os
demais equipamentos periféricos, que processam o vídeo em 4:3;
Escala de planos na TVS (4/3) e
na HDTV (16/9)
23. - as emissoras deverão transmitir o sinal de vídeo da
programação no sistema analógico e no sistema digital,
simultaneamente, até o ano de 2016;
- a transmissão digital permite a transmissão de sinal em HDTV.
EDTV, SDTV e LDTV, nos aspect ratio 4:3 e 16:9;
- a transmissão analógica permite apenas a transmissão no
formato 4:3.
Escala de planos na TVS (4/3) e
na HDTV (16/9)
26. O formato 16:9 ou também conhecido como Widescreen é um
termo em inglês utilizado para uma projeção (de cinema ou outro
meio) ou monitor que tem um valor maior para a razão entre
largura e altura da tela ativa (a que exibe a imagem) do que o
clássico formato pitagórico 4:3 (1,3[3] = 1,333...). Isso quer dizer
que em cada 1 cm de altura, a imagem tem largura de cerca de
1,33 cm.
Os formatos widescreen mais conhecidos são 1,77:1 (16:9), 2,33:1
(21:9) e 2,66:1 (cinemascope). Este último formato é mais usual
em salas de exibição e projeção comercial de cinemas.
Escala de planos na TVS (4/3) e
na HDTV (16/9)
27. Atualmente o formato widescreen 16:9 é o formato que é usado
em grande maioria nas produções de conteúdos televisivos. A
esmagadora maioria das televisões vendidas atualmente são
televisões 16:9, e muitas delas de alta definição.
Uma tela widescreen oferece uma imagem alargada em relação ao
4:3. É ideal para se ver filmes tais quais eles foram planejados por
seus criadores para esse formato. Muitos aparelhos como DVDs ou
descodificadores oferecem o recurso de ajuste do tamanho da
tela, seja para se "cortar" as bordas da imagem ou criar duas
barras pretas acima e abaixo da imagem nas televisões 4:3.
Escala de planos na TVS (4/3) e
na HDTV (16/9)