O documento discute princípios gerais da terapia antimicrobiana, incluindo classes de antimicrobianos, mecanismos de ação, resistência antimicrobiana e uso correto dos antimicrobianos.
4. •Histórico antimicrobianos
1860- Joseph Lister- fenol em instrumentação cirúrgica
1889- Czech,Honl,Bukovsky- uso tópicos de bactérias e fungos
1909- Paul Ehrlich- salvarsan (composto arsênico)-sífilis
1929- Alexander Fleming*- penicilina
1932- Gerhard Domagk* -prontosil (sulfonamida)
1936- uso clínico da sulfonamida
1939- aparecimento de resistência bacteriana
1940- H. Florey* & E. Chain* -utilização da penicilina
1944- Selman Waksman *e Albert Schatz- estreptomicina
1945- Edward Abrahan- isolamento cefalosporina C
1946- Selman Waksman - isolamento neomicina
1947- Cloranfenicol, o primeiro antibiótico de amplo espectro
1960- Descobre-se as cefalosporinas
1962- George Y. Lesher descobre o ácido nalidíxico durante a síntese de cloroquina
Anos 70 -Novas quinolonas (ácido pipemídico, ácido oxolínico e cinoxacino) 4
5. CARACTERÍSTICAS DO ANTIMICROBIANO IDEAL
• Ação bactericida;
• Espectro o mais específico possível;
• Menor MIC;
• Menos tóxico;
• Maior nível no local da infecção;
• Melhor comodidade posológica;
• Compatível com o estado clínico do paciente;
• Mais barato.
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6. CLASSES DE ANTIBIÓTICOS
•Penicilinas (1°, 2°, 3° e 4° geração)
•Cefalosporinas (1°, 2°, 3° e 4° geração)
•Aminoglicosídeos
•Tetraciclinas
•Sulfonamidas
•Macrolídeos
•Fluoroquinolonas
•Outros: clorafenicol, clindamicina, metronidazol, vancomicina
Dica site!
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http://www.anvisa.gov.br/servicosaude/controle/rede_rm/cursos/rm_controle/opas_web/modulo1/conceitos.
htm
8. Estima-se que o corpo humano que contém cerca de 10 trilhões de
células seja rotineiramente portador de aproximadamente 100 trilhões
de bactérias.
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9. MECANISMOS DE DEFESA DOS HOSPEDEIRO
Sistema imune
• Imunocompetente
• Imunodeprimido
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10. FATORES LOCAIS
Pus – fagócitos, restos de fibrina
e proteína (liga-se aos
Aminoglicosídeos c/redução da
ativ. antimicrobiana)
Hematomas infectados – acúmulo
de hemoglobina (ligação às
penicilinas e tetraciclinas
podendo reduzir a eficácia de
fármacos)
Abcessos – pH baixo
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12. PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS
Correlaciona-se a MIC com concentrações plasmáticas obtidas em esquemas
posológicos factíveis e não tóxicos, afirmando-se que há sensibilidade quando
MIC for inferior a essas concentrações.
•MIC= concentração mínima capaz de inibir multiplicação bacteriana
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•MBC=concentração mínima capaz de eliminar culturas já existentes
13. PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS
Efeito pós-antibiótico
•Antibióticos com alta relação Cmax./MIC inibem a multiplicação
bacteriana mesmo após a queda da [ ] abaixo da MIC por tempo
prolongado. Aminoglicosídeos e fluoroquinolonas.
•Antibióticos com parâmetros farmacocinéticos/farmacodinâmicos
tempo dependentes, como os betalactâmicos são desprovidos de
efeito pós-antibiótico.
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15. PARÂMETROS FARMACOCINÉTICOS
• Terapia bem sucedida: atividade antimicrobiana sem toxicidade
significativa para o hospedeiro
• Distribuição: chegada no local de ação
• Via de administração: oral/ iv/ im
• Excreção: principal renal*
*Pode haver eliminação pelo leite, pouco
importante como via de eliminação, mas
de interesse pela possibilidade de causar
efeitos no lactante
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16. PARÂMETROS FARMACOLÓGICOS
As inúmeras classes existentes atualmente são classificadas de acordo com sua
potência, que depende da concentração do fármaco que chega ao microorganismo,
bem como a sensibilidade deste.
Bactericida: inativa e destrói os
microorganismos. Ex.: aminoglicosideos,
quinolonas, penicilinas e cefalosporinas
Bacteriostática: controla o crescimento bacteriano ao inibir sua multiplicação.
A eliminação do microorganismo depende da imunidade do paciente. Ex.:
sulfonamidas, clorafenicol, tetraciclinas e nitrofurantoína
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17. PARÂMETROS FARMACODINÂMICOS
Espectro de ação dos antibióticos
•Pequeno espectro: atuam em um tipo ou um grupo limitado de microrganismos. Ex.:
isoniazida é ativa somente contra micobactérias
•Espectro ampliado: eficazes contra Gram-positivos e contra um significativo número
de bactérias Gram-negativos. Ex.: ampicilina (age contra Gram-positivos e alguns
Gram-negativos).
•Amplo espectro: afetam ampla variedade de espécies microbianas. Ex.: cloranfenicol
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18. MECANISMOS DE AÇÃO
1. Agentes que inibem a síntese da parede celular
2. Agentes que atuam diretamente sobre a membrana
celular (aumenta permeabilidade)
3. Agentes que afetam a função ribossomal/síntese
proteica
Inibição reversível (bacteriostáticos)
Inibição irreversível (bactericida)
4. Agentes que afetam metabolismo de ácidos
nucléicos
5. Agentes antimetabólitos
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21. 1. Agentes que inibem a síntese da parede celular
( Bactericidas)
Componentes da Parede Celular Bacteriana
PEPTIDEOGLICANO (procariotos)
Polímero complexo responsável pela rigidez da
parede bacteriana
Esqueleto formado por dois carboidratos unidos
alternadamente:
→N-ACETILGLICOSAMINA (NAG)
→ÁCIDO N-ACETILMURÂMICO (NAM)
Grupo carboxil de cada molécula NAM liga-se a um
tetrapeptídeo
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22. 1. Agentes que inibem a síntese da parede celular
GRAM +
GRAM-
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23. 2. Agentes que atuam diretamente sobre a
membrana celular (aumenta permeabilidade)
(bactericidas)
•Polimixinas: Ligam-se à membrana, entre os fosfolipídeos, alterando sua
permeabilidade (detergentes). São extremamente eficientes contra Gram
negativos, pois afetam tanto a membrana citoplasmática como a membrana
externa.
• Ionóforos: Moléculas hidrofóbicas que se imiscuem na membrana
citoplasmática, permitindo a difusão passiva de compostos ionizados para
dentro ou fora da célula.
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24. 3. Agentes que afetam a função ribossomal/síntese
proteica
(bactericida /bacteriostático)
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25. 4. Agentes que afetam metabolismo de ácidos nucléicos
•Inibição da síntese de nucleotídeos
•Alterando pareamento de bases no molde
•Inibindo a DNA ou a RNA polimerase
•Inibindo a DNA girase
•Efeito no próprio DNA
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28. RESISTÊNCIA ANTIMICROBIANA
1.Resistência natural (intrínseca)
2.Resistência fisiológica( biofilmes)
3.Resistência adquirida
• Mutação
•Pela transferência dos genes da resistência entre as bactérias
(usualmente nos plasmídeos);
•Pela transferência dos genes da resistência entre os elementos genéticos
no interior da bactéria, nos transposons.
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29. •1- Inativação enzimática do antibiótico
•2- Alteração do local-alvo ou receptor de ligação
do antibiótico
•3- Alteração da permeabilidade celular ao
antibiótico
•4- Desenvolvimento de uma via alternativa à
inibida pelo antibiótico
•5- Produção de um metabólito antagonista do
antibiótico
•6-Mecanismo de efluxo
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30. •1- Inativação enzimática do antibiótico
Inativação de antibióticos B-lactâmicos
•Penicilinas e cefalosporinas
•Estrutura Básica: anel β -lactâmico A natureza do grupamento R
determina a estabilidade frente a
hidrólise ácida ou enzimática e
tem influência sobre o espectro
antibacteriano
Sítio de clivagem
pela penicilase
bacteriana ou por
ácido
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35. USO CORRETO DOS ANTIMICROBIANOS
A terapia com antimicrobianos deve ser individualizada,
levando-se em consideração:
•A situação clínica do paciente
•As informações microbiológicas
•Considerações farmacológicas
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36. USO CORRETO DOS ANTIMICROBIANOS
Características do paciente: idade, função renal e hepática,
estado imunológico, localização do processo infeccioso, terapia
prévia com antimicrobianos, gravidez/lactação e sensibilidade
do paciente;
Agentes etiológicos que envolvem a análise do antibiograma e
os prováveis mecanismos de resistência;
Propriedades dos antimicrobianos como a farmacocinética e
a farmacodinâmica, mecanismo de ação, sinergismo ou
antagonismo, toxicidade, interação medicamentosa e custos.
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37. ESCOLHA EMPÍRICA DO ANTIMICROBIANO
•Trata-se realmente de uma infecção bacteriana?
•É uma infecção comunitária ou hospitalar?
•Qual o foco?
•Qual a faixa etária do paciente?
•Quais as condições predisponentes?
•Qual a gravidade da infecção?
•Como estão as funções hepática e renal?
•Em paciente do sexo feminino, verificar gravidez.
•Indica-se uma cobertura antimicrobiana ampla contra os patógenos
mais prováveis
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38. TERAPIA ESPECÍFICA
• Após identificação do microrganismo*
• Fármaco de espectro estreito
• Baixa toxicidade sempre que possível
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39. USO DE TESTES LABORATORIAIS
Antibiograma
Teste de sensibilidade a agentes antimicrobianos
•ESBL: Extended Spectrum Beta-Lactamase
•Staphylococcus produtor de Beta-lactamase
•MRSA: Staphylococcus aureus resistente à meticilina
(oxacilina)
•VRE: Enterococcus resistente à vancomicina
•HLAR: altos níveis de resistência a aminoglicosídeos
Gentamicina: HLGR; Estreptomicina: HLSR; Kanamicina –
HLKR
•Altos níveis de resistência a macrolídeos em estreptococos
•Altos níveis de resistência à penicilina em S. pneumoniae
•Baixos níveis de resistência à penicilina em S. pneumoniae
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40. USO DE TESTES LABORATORIAIS
•Coloração Gram
•Teste de difusão em disco
•Teste de diluição em agar ou caldo
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41. USO DE TESTES LABORATORIAIS INDIRETOS
• Leucócitos: normal 4.500 →10.000
cel/mm
• Neutrófilos (70% ) > imaturos / total
(desvio a esquerda)= infecção bacteriana
• Eosinófilos > infecções parasitárias e
alergias
• Linfócitos β > produção anticorpos
• Linfócitos T > imunidade celular ( vírus e
tumores)
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42. TERAPIA PROFILÁTICA
•Pré-transplante por exemplo: rifampicina para pessoas expostas a meningite
meningocócica
•Uso de trimetoprima + sulfametoxazol para infecções urinárias recorrentes por
E.colli
•Risco de endocardite : em mucosas, queimados , portadores de prótese ou
marca-passo ( ex.: vancomicina )
•Corte cirúrgico : no ato cirúrgico- utilização discutível : (ex.: cefalosporina )
Estudo têm demonstrado que a profilaxia
antimicrobiana em dose única é tão eficaz quanto a
administração por tempo prolongado, sendo
evidentes as desvantagens da maior exposição à
toxicidade das drogas 42
43. USO INCORRETO DE ANTIMICROBIANOS
•Tratamento de infecções não-responsivas
Doenças produzidas por vírus são autolimitadas (ex: caxumba, sarampo, 90% das
infecções das vias aéreas superiores- uso de antimicrobianos é ineficaz
•Terapia da febre de origem indeterminada
Antimicrobiano não é antipirético
febre – associada a infecções virais indefinidas ou febre
persistente por longo período – tuberculose, vários tipos de
câncer, distúrbios metabólicos
• Posologia inadequada
Doses excessivas
Doses sub-ótimas (seleção de microorganismos resistentes) 43
44. ANTIMICROBIANOS COMBINADOS
(sinergismo)
Vantagens:
• Prevenção de emergência de resistência
• Tratamento de infecções polimicrobianas
• Bloqueio de dois pontos de uma mesma via
Desvantagens:
• Risco de toxicidade
• Antimicrobianos desnecessários (resistência)
• Maior custo p/ paciente
• Antagonismos de efeito (bacteriostático x bactericida)
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45. EFEITOS ADVERSOS
•Efeitos tóxicos
Concentrações superiores à terapêutica .
Ex.: aminoglicosídeos com baixo índice terapêutico
•Efeitos colaterais
Ex. dor epigástrica por efeito irritativo –tetraciclina e eritromicina
•Efeitos secundários
Superinfecção por desequilíbrio da flora normal ou lise de
microrganismos
•Reações de hipersensibilidade
Independente da dose e de difícil previsibilidade
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