2. Derivativos
Os mercados de derivativos (termos,
futuros, opções) são de oscilações
enormes grandes ganhos e
GRANDES perdas.
Remédio de TARJA PRETA estude
muito seus efeitos antes e use sempre
pequenas doses.
3. Introdução às Opções
A apólice de seguro de um carro é muito
parecida com o raciocínio de uma opção.
Você paga um prêmio para a seguradora.
Isso lhe dá o direito, no período de um ano,
de receber um carro novo caso o seu seja
roubado (essa é a condição).
A seguradora tem uma obrigação com você
lhe dar um carro novo caso o seu seja
roubado durante esse ano.
4. Introdução às Opções
Vamos discutir apenas as opções de
compra.
Ao comprar uma opção você paga um certo
valor (pequeno perto do principal) para ter o
direito de adquirir ações sob certas
condições.
Quem te vendeu a opção tem a obrigação
de lhe entregar as ações quando
determinadas condições ocorrem.
5. Introdução às Opções
Exemplo: você compra por R$ 1 uma opção
PETRK26 que te dá o direito de adquirir
ações da Petrobrás por R$ 26 no dia
17/11/08.
Se no dia 17/11 a ação custar R$ 25, você
não exerce seu direito (seu carro não foi
roubado).
Se no dia 17/11 a ação custar R$ 30, você
exerce seu direito. Compra a ação por R$
26 e vende por R$ 30. Resultado: ganha R$
4 - 1 (o que pagou pelo direito).
6. Introdução às Opções
O outro lado: você vende por R$ 1 uma opção
PETRK26 que te lhe obriga a vender ações da
Petrobrás por R$ 26 no dia 17/11/08.
Se no dia 17/11 a ação custar R$ 25, você não
precisará entregar nada (nenhum carro foi roubado
e a seguradora não precisa desembolsar dinheiro
nenhum – ganhou o R$ 1 de prêmio).
Se no dia 17/11 a ação custar R$ 30, você terá que
entregar as ações por R$ 26. Compra a ação por
R$ 30 (supondo que você não as tenha “em
estoque”) e vende por R$ 26. Resultado: perde R$
4 - 1 (o que recebeu pela obrigação).
7. Introdução às Opções
A questão é:
Para quem compra (dono do carro):
Quanto pagar pelo seguro? Quanto
pagar pela opção?
Para quem vende (seguradora): Quanto
cobrar por essa obrigação? Quanto vale
o prêmio da opção?
MODELOS DE PRECIFICAÇÃO!
8. Histórico
1900 - Bachelier defende a tese “Théorie de la
Especulation”, em que modela preços como um
movimento browniano.
1955 - Samuelson – Teoria moderna de
precificação: log dos preços descreve um MB.
1963 - Mandelbrot propõe distribuições de Levy
(caudas grossas – lei de potências) para os
retornos.
1970 - Fama – Hipótese do Mercado Eficiente
1973 - Black, Scholes e Merton desenvolvem o
Modelo de Black-Scholes para opções.
9. Hipótese do Mercado Eficiente
Em um mercado eficiente o preço atual reflete toda
informação disponível.
O passado não contém qualquer informação que já
não esteja incorporada no preço atual.
Preços variam com a chegada de novas
informações flutuações imprevisíveis
descrição probabilística.
S(t+1) = S(t) + variação aleatória
Variações futuras do preço são independentes das
variações anteriores.
Preços seguem um movimento browniano
10. Movimento Browniano
Aritimético
É um versão de tempo contínuo do Random
Walk.
Usado em Física para modelar o movimento
das moléculas.
Representação Matemática:
dS = μdt + σε
dS ~ N (μdt; σ2
dt)
dt
11. Limitações do MBA
O MBA é conhecido como modelo aditivo
porque a variável cresce de um valor
constante a cada intervalo de tempo.
Problemas:
O valor da variável pode ser negativa.
Taxa de retorno diminui conforme o preço
aumenta.
Desvio padrão é constante ao longo do tempo e
independe do preço do ativo.
12. Movimento Browniano
Geométrico
Modelo Multiplicativo
Combinação de duas parcelas:
Crescimento proporcional com taxa μ
Crescimento aleatório proporcional com
distribuição normal e desvio padrão σ.
Representação Matemática:
dS = μSdt + σSε
dS/S ~ N (μdt; σ2
dt)
dt
13. Retorno
Ao invés de se modelar o preço, se modela
o retorno (escala, estacionariedade,
ergodicidade)
Retorno bruto:
rt = ΔPt/Pt-1 =Pt/Pt-1 -1 1+ rt = Pt/Pt-1
Retornos positivos e negativos não
possuem o mesmo significado.
Assimetria dos retornos: negativo tem limite
em 100%.
15. Retorno Logarítmico
Rt(k) = Rt + Rt-1 +...+ Rt-k+1
Para k grande a soma pode ser
aproximada por uma v.a. de
distribuição gaussiana Teorema
Central do Limite
Generalização do TCL (sem restrições
de segundo momento) distribuições
de Levy
16. Distribuição do Retorno
Retornos R(t) = ln [S(t) / S(t-1)] seguem um
movimento browniano.
Distribuição normal para os retornos
logarítmicos.
Exemplo: retornos nos últimos 5 dias:
1%; -0,5%; 2%; -1,5%; -0,5%
μ = 0,10%
σ2
= 0,019%
σ = 1,39%
17. Distribuição do Retorno
Projetando o retorno para daqui a um dia
N (0,1%;1,39%2
)
Projetando o retorno para daqui a dois dias:
μ = 2 x 0,10% = 0,20%
σ2
= 2 x 0,019% = 0,039
σ = x 1,39% = 1,96%
N (0,2%;1,96%2
)
R(1) ~ N(μ,σ2
)
R(t) ~ N(tμ,tσ2
)
2
18. Distribuição do Preço
Se o retorno segue uma distribuição
normal...
Preço S(t) segue uma distribuição log-
normal.
19. Modelo Black-Scholes
Usando esse modelo para o
comportamento dos preços das ações,
Fisher Black e Myron Scholes
desenvolveram um modelo de precificação
para as opções.
O modelo B&S pode ser deduzido a partir
de três abordagens diferentes:
Carteira Equivalente
Risco Neutro
Árvore Binomial
20. Carteira Equivalente
Qualquer investidor que no lugar de adquirir
a opção aplique este valor no ativo
subjacente e num ativo sem risco teria o
mesmo fluxo de caixa do caso em que
compra a opção, ou seja, é possível obter o
mesmo retorno (e as mesmas variações) na
opção ou na carteira equivalente.
Sendo investimentos iguais, devem ter
preços iguais.
21. Risco Neutro
É possível, através da venda de uma
opção e da compra de unidades do
ativo, adquirir uma carteira de risco
neutro (delta hedge).
Abordagem de Robert Merton
Modelo de Black-Scholes-Merton
23. Premissas do B&S
H1) A taxa de juros livre de risco é constante ao longo do tempo e é
possível emprestar recursos à essa taxa;
H2) O preço do ativo-objeto segue um caminho aleatório e contínuo
ao longo do tempo, com distribuição log-normal;
H3) A volatilidade do ativo-objeto é constante ao longo do tempo;
H4) Não há custos de transação;
H5) É possível ficar livremente comprado ou vendido em qualquer
quantidade fracionária de opção ou ação;
H6) Não há oportunidade de arbitragem sem risco;
H7) É permitida a venda a descoberto de todo o tipo de ativo, ou
seja, não é necessário possuir o ativo-objeto previamente para poder
vendê-lo;
H8) O ativo-objeto não distribui dividendos;
H9) Opções só podem ser exercidas no seu vencimento (européias).
24. Preço “justo”
Opção de Compra (call):
Na data de vencimento:
C(S,T) = max (S-K, 0)
K é o strike
Preço Justo a t dias do vencimento:
C(S, t) = e-rt
E[C(S,t)]
25. Fórmula de B&S
O valor V=V(t,S) de uma opção satisfaz a
equação diferencial (em [0,T] x R+
):
Semelhança com a equação de difusão de
calor:
0
2
1
2
2
22
=−
∂
∂
+
∂
∂
+
∂
∂
rV
S
V
rS
S
V
S
t
V
σ
0)(2
2
=+
∂
∂
+
∂
∂
xf
r
u
t
u
η
26. Condições de Contorno
Condição de Contorno (para calls):
C(T,S) = (S-K)+
: Preço da opção é não-negativo
C(t, 0) = 0: Se o ativo valer 0, a call vale 0
limS ∞ C(t,S)/S = 1: Se S for um valor muito grande o valor
da call coincide com o valor do ativo.
Abordagem da Carteira Equivalente: O valor da
carteira no tempo T é igual ao retorno da opção.
Solução através de transformadas de Fourier.
27. Fórmula B&S
Solução:
S: o preço do ativo-objeto; K: strike da opção; r:
taxa livre de risco; t: tempo para o exercício; σ:
volatilidade
tdd
tr
K
S
t
d
dNKedSNStC rt
σ
σ
σ
−=
++=
−= −
12
2
1
21
2
ln
1
)()(),(
28. Volatilidade
A chamada volatilidade é o desvio padrão
anualizado. Desvio padrão para um
período de t dias é dado por .
Normalmente, o intervalo t é t = 252 dias
e a volatilidade é dada por (com
valor em %).
σt
σ252
29. Volatilidade
A volatilidade a ser colocada no modelo é a
volatilidade no período de existência da
opção (futura), mas como sabê-la?
O mais comum é utilizar a volatilidade
histórica de curto ou longo prazo (desvio
padrão dos últimos 21 ou 252 pregões).
Usando esse valor, normalmente o preço
teórico e o preço atual da opção são
diferentes.
30. Volatilidade Implícita
Qual deveria ser a volatilidade para que o modelo
fornecesse o valor atual? volatilidade implícita.
Joga no modelo as quatro variáveis conhecidas e o
preço atual retorna a volatilidade implícita (VI).
A VI reflete qual a expectativa do mercado em
relação à movimentação futura do ativo.
Espera uma oscilação maior que no passado? VI >
VH.
Espera uma oscilação menor que no passado? VI <
VH.
A volatilidade implícita costuma ser diferente para
cada uma das opções.
31. Smile da Volatilidade
Smile da Volatilidade
68,00%
69,00%
70,00%
71,00%
72,00%
73,00%
74,00%
75,00%
76,00%
18,0 20,0 22,0 24,0 26,0 28,0 30,0 32,0 34,0
Preço de Exercício
Volatilidade
Implícita
32. Gregas
Derivadas parciais do preço de uma
opção.
Explicam como as opções se
movimentam.
Muito utilizadas para a montagem de
estratégias com opções.
São cinco: delta, gamma, theta, vega
e rho
33. Delta
Taxa de variação do preço da opção em
relação ao preço do ativo objeto.
“Velocidade”, indica a movimentação do
prêmio da opção quando o ativo objeto se
movimenta.
)( 1dN
S
C
=
∂
∂
34. Gamma
Taxa de variação do delta em relação
ao preço do ativo objeto.
“Aceleração”, indica como o delta
(“velocidade”) se altera quando o ativo
objeto se movimenta.
tS
d
S
C
σ
ϕ )( 1
2
2
=
∂
∂
35. Theta
Taxa de variação do prêmio da opção
relativo ao tempo até o vencimento.
O sinal negativo indica que a opção
perde valor pela passagem do tempo.
)(
2
)(
2
1
dNrKe
t
dS
t
C rt−
−−=
∂
∂
−
σϕ
36. Vega
Taxa de variação do prêmio da opção em
relação a uma mudança na volatilidade.
tdS
C
)( 1ϕ
σ
=
∂
∂
37. Rho
Taxa de variação do valor da opção em
relação à taxa de juros.
Para o mercado brasileiro, na maioria das
vezes é insignificante, pois as opções são
mensais e a mudança na taxa de juros
não costuma ser altamente significativa.
)( 2dNKte
r
C rt−
=
∂
∂
39. Exemplo de operação
Borboleta (operação alvo):
C 1000 PETRK22 por R$ 2,65
V 2000 PETRK24 por R$ 1,68
C 1000 PETRK26 por R$ 1,08
Custo de R$ 370,00
41. Novos Desenvolvimentos
Relaxamento ou modificações das
premissas do modelo:
Inclusão da distribuição de dividendos;
Modelagem estocástica da taxa de juros;
Modelo com saltos sobrepostos ao MBG;
Soluções para opções americanas ao
invés de somente européias;
42. Novos Desenvolvimentos
Matriz de volatilidades implícitas;
Modelagem da volatilidade (EWMA, GARCH,
Volatilidade Estocástica);
Uso de outras distribuições de probabilidade
para o preço ao invés da log-normal;
Uso de outras premissas para o movimento dos
preços (efeitos de memória);
Modelagem através do caos determinístico ao
invés de aleatoriedade para os preços;
43. LTCM
Em 1994, John Meriwether, recrutou alguns dos mais
brilhantes matemáticos em finanças para gerir um fundo
o Long Term Capital Management, incluindo Scholes e
Merton.
Durante 3 anos conseguiram retornos extraordinários de
40% ao ano, altamente alavancados.
Na crise russa de 1998 o LTCM teve que zerar parte de
suas operações com grande prejuízo, diminuindo seu
capital de US$ 2,3 bi para US$ 600 mi em três
semanas.
O FED, em conjunto com bancos de investimento,
arrecadou US$ 3,5 bi para tapar o rombo.
44. Referências
DAMODARAN, Aswath. Avaliação de
Investimentos. Rio de Janeiro:
Qualitymark, 1997.
HISSA, Mauricio. Investindo em Opções.
Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
HULL, John C. Fundamentos dos
Mercados Futuros e de Opções. São
Paulo: BM&F, 2005.
MORETTIN, Pedro A.; TOLOI, Clélia M. C.
Análise de Séries Temporais. São Paulo:
Edgard Blücher, 2006.
45. Referências
BONOTTO, Everaldo M. A equação de Black-Scholes com
ação impulsiva. Tese de Doutorado; USP, 2008.
CARVALHO FILHO, José A. Modelo exponencial para
distribuição dos retornos do Ibovespa. Dissertação de
Mestrado; UFPE, 2004
CURY, M. A. Controle ótimo estocástico a tempo discreto
e espaço de estado contínuo aplicado a derivativos. Tese
de Doutorado; USP, 2005.
ODA, Luís F. A teoria da ciência no modelo Black-Scholes
de apreçamento de opções. Dissertação de Mestrado; USP,
2007.
RAMOS, Antônio M. T. Modelo exponencial para opções:
aplicações ao índice Bovespa. Dissertação de Mestrado;
UFPE, 2007.