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Civilizações Clássicas I 
31047 
Tema 2
2. Época arcaica: crises de crescimento e 
evolução das cidades 
 A época arcaica (entre 776 e 480 a.C.), respetivamente a data tradicional dos 
primeiros Jogos Olímpicos e o ano da batalha de Salamina. 
 É um período de grande vitalidade, de inovações, crises e transformações. 
 A polis modifica-se sensivelmente, nos começos do século V a.C., apresenta 
determinados aspetos diferentes dos que encontramos no início da época 
arcaica. 
 Destaques devido às suas Obras: 
 Hesíodo (finais do séc. VIII e inícios do VII ) 
 Sólon (VII para VI) 
 Teógnis ( 2º metade do séc. VI e 1º do V a.C.)
2.1 O domínio da aristocracia 
 O domínio da aristocracia que detém todos os poderes: político, judicial, militar, 
religioso e económico. 
 Os aristocratas haviam conquistado essa autoridade. 
 Os nobres exerciam esses poderes através de um Conselho onde apenas 
tomavam assento, a título vitalício, os chefes das famílias aristocráticas que 
pretendiam descender de um herói local ou de um dos antigos reis. 
 Era esse conselho que definia a política da polis depois executada pelos 
Magistrados – um único com amplos poderes e longo mandato, ou, mais 
frequentemente, um colégio com mandato por um ano – eles também escolhidos 
apenas entre os nobres.
2.1 O domínio da aristocracia 
 Predomínio da Cavalaria – na qual se baseavam as táticas de guerra. 
 A Justiça baseava-se na tradição (na Themis), uma série de práticas 
transmitidas pelas grandes famílias de pais para filhos. 
 As leis não passavam de um conjunto de costumes mais próprios de um 
direito de guerra do que da justiça de uma polis e limitavam-se a 
regulamentar a vingança com base na solidariedade familiar, degenerando 
frequentes vezes em lutas sangrentas que terminavam com um tratado de 
paz ou com o desaparecimento de uma das fações.
2.1 O domínio da aristocracia 
Hesíodo e Sólon 
 Hesíodo insiste no valor da justiça, colocando nela e no trabalho a 
excelência do homem. 
 Sólon, por sua vez, fala em injustiça de nobres e governantes e em rapina e 
saque dos bens dos templos e do povo. 
 O poeta insiste na injustiça: justiça tortuosa, atos insolentes, corrupção da lei 
existente. 
 Portanto, nos inícios da época arcaica, nada controlava a atuação e 
ambições dos nobres.
2.2 O início da colonização grega 
 Em meados do século VIII a.C., inicia-se a colonização grega que se 
prolonga até ao período helenístico e vai espalhar os Gregos pelas margens 
do Mediterrâneo, europeia, asiática e africana. 
 Migrações  movimentação de populações de forma não organizada, 
devida ora ao nomadismo, ora a desalojamento por outros povos, ora a fuga 
de locais de guerra. 
 Colonização  existe um planeamento, com a escolha do sítio a colonizar, 
com a nomeação do comandante, com a definição dos integrantes da 
expedição.
2.2 O início da colonização grega 
 Em consequência do excesso de população, de secas, de chuvas 
tempestuosas, a polis via-se em dificuldades para alimentar a população e 
optava por enviar uma parte dos seus habitantes para outro lugar com a 
missão de fundar uma colónia, que os Gregos designavam apoikia, 
«residência distante». 
 Da cidade de origem – a metrópole, «cidade-mãe» - os colonizadores 
transportavam o fogo sagrado, os cultos, o alfabeto, o dialeto, o 
calendário; 
 Entre a metrópole e a colónia não havia qualquer grau de dependência 
política e económica. 
 Entre colónia e metrópole apenas existiam laços de ordem moral.
2.2 O início da colonização grega 
 De modo geral o regime e instituições da apoika sofriam uma evolução própria. 
 Com transformações e inovações que os tornavam sensivelmente diferentes dos 
da metrópole. 
 Daí que este fenómeno grego se não enquadre no nosso conceito atual de 
colonização que implica a colónia como uma extensão territorial da metrópole 
e a sua dependência política e económica. 
 No entanto começaram a aparecer as cleruquias que correspondiam à nossa 
colonização: os seus habitantes, os clerucos, continuavam cidadãos da 
metrópole, ao contrário do apoikos que perdia a cidadania da polis de origem.
2.3 O desenvolvimento do comércio e as 
suas consequências 
 As colónias (apesar nos primeiros tempos procuravam bons locais para a 
agricultura) originam relações comerciais entre elas e o continente grego (não 
necessariamente com a metrópole) e geram um sistema de trocas cada vez 
mais ativo entre a bacia oriental do Mediterrânio e a ocidental. 
 As colónias vão estimular esta atividade e originam uma troca de mercadorias 
mais ativa. 
 O comércio sofre um grande incremento e, em meados do século VII a.C. 
 Não era considerado um recurso subsidiário e sazonário, mas uma atividade 
autónoma, próspera e com grande relevo. 
 Começam a aparecer a fundação de colónias comerciais ao lado das 
agrícolas.
2.3 O desenvolvimento do comércio e as 
sua consequências 
 Este incremento vai estimular a indústria, sobretudo a produção de 
cerâmica. Ex.: vasos de Corinto e de Atenas. 
 Grande surto de oficinas nos séc. VII e VI a.C.. 
 O comércio e os contactos que originou vão trazer ainda novas ideias e 
novas técnicas. 
 Umas e outras vão provocar alterações de ordem económica, social e 
agrícola de graves consequências para a polis, e motivar, a longo prazo, 
uma transformação política.
2.3 O desenvolvimento do comércio e as 
sua consequências 
 Na agricultura fez-se a substituição do cultivo dos cereais, sobretudo o trigo 
para algo menos trabalhoso e mais rentável como a vinha e a oliveira que 
se desenvolveram muito com o comércio: o vinho e o azeite são dois 
produtos muito procurados para exportação. 
 Os camponeses viam-se duplamente atingidos por tal alteração: 
 Mão de obra  excedentários eram vendidos como escravos 
 A procura leva os nobres a desejarem aumentar o plantio de vinha e oliveira o 
que vai levar a situações de injustiça e arrastam descontentamento e revolta, a 
que outros elementos de crise se vêm juntar.
2.3 O desenvolvimento do comércio e as 
sua consequências 
 Assiste-se à formação de uma nova classe de enriquecidos (plutocratas), 
produto do comércio e do consequente incremento da indústria. 
 Para a aristocracia, a única fonte de riqueza digna era a terra. 
 A nova classe alimenta ambições e, detentora de poder económico, aspira 
a obter também poder político. 
 Desta forma, a nova classe de enriquecidos procura adquirir terras a 
qualquer preço.
2.3 O desenvolvimento do comércio e as 
sua consequências 
Conclusão 
 O desenvolvimento do comércio e da indústria, com o concomitante 
incremento das culturas ricas, se constituí um meio de promoção para 
alguns elementos dos estratos mais baixos, contribui também para extremar 
as classes e piorar as condições de vida dos pequenos e médios 
camponeses. 
 A explicação para a colonização é que esta é uma necessidade de 
procura de mercados para escoar a produção excedentária.
2.4 A concentração de terras e a crise 
agrária 
 O desenvolvimento artesanal e do comércio mostram que os conflitos se 
ligam a questões agrárias. 
 Os ricos aumentaram consideravelmente as suas propriedades e verificou-se 
de facto uma acumulação de terras. 
 Hesíodo nos “Trabalhos e Dias”, alude a dívidas que trazem a fome amarga. 
 Sólon fala de «terra escrava» e de marcos de hipoteca, de dívidas e de 
escravos. 
 No centro da crise, no tempo de Sólon, existia uma espécie de «servidão» 
pessoal.
2.4 A concentração de terras e a crise 
agrária 
 Hectêmoros (os que eram obrigados a pagar uma renda de um sexto da 
produção da terra). 
 Pelatas (que correspondia aproximadamente ao cliente romano e parece 
ter estado sujeito também à entrega de uma parte das colheitas). 
 Tetas (que não tinham bens e viviam do aluguer do seu trabalho). 
Nota: Segundo Aristóteles se os dois primeiros não pagassem a renda 
poderiam ser vendidos como escravos. 
 Sem resolverem a sua situação com recurso a empréstimos, eram lançados 
a curto prazo na escravatura e na dependência dos ricos.
2.5 A criação da hoplitia 
Inovações da época arcaica: 
 Criação da hoplitia 
 Introdução da moeda 
 Nos fins do séc. VIII e inícios do VII a.C., verifica-se uma transformação da 
tática militar. 
 Deixa de ter por base a cavalaria e passa a apoiar-se no hoplita – soldado 
grego de infantaria que combate equipado com o hoplon.
2.5 A criação da hoplitia 
 A hoplitia, ao exigir espírito de disciplina e de solidariedade, contribui 
poderosamente para solidificar a polis, incrementando o sentimento de 
comunidade. 
 A nova tática permitiu ainda o acesso ao poder militar de um maior número 
de cidadãos. 
 Deste modo, os cidadãos de recursos médios ascendem ao poder militar e 
passam a ter papel decisivo na defesa da polis. 
 Lembrar que o poder politico e o poder militar estavam ligados o que leva 
ao desejo ou à exigência de ter acesso aos cargos e participar também no 
governo da polis.
2.5 A criação da hoplitia 
Conclusão 
 A introdução da hoplitia faz perder à aristocracia a hegemonia do poder 
militar. 
 Acaba por constituir mais um afluente da caudalosa corrente da crise 
social da segunda metade do séc. VII a.C..
2.6 O aparecimento da moeda 
 Introdução da moeda  na Iónia/Lídia no último quartel do séc. VII a.C. 
 A introdução da moeda, embora a sua expansão seja um processo 
moroso, acaba por reduzir pouco a pouco a avaliação e os pagamentos 
(em bois e medidas de cereal) e por limitar a troca direta. 
 A moeda desde início tem a função de padrão valor para facilitar o 
comércio. 
 Mas os dados que dispomos, fornecidos pelas escavações arqueológicas, 
contradizem essa ideia.
2.6 O aparecimento da moeda 
 A referida introdução não visava facilitar o comércio, já que não consegue 
comerciar só com moedas de grande valor intrínseco. 
 Aos inícios da cunhagem presidiriam aspetos não comerciais. 
Fatores que contribuíram para a sua introdução: 
 Normalização da vida social 
 Desenvolvimento do papel fiscal do Estado (multas, impostos, taxas) 
 Financiamento de exércitos de mercenários 
 Pagamento de salários a outros empregados públicos 
 Desenvolvimento da consciência cívica.
2.6 O aparecimento da moeda 
 A proliferação de espécimes diferentes apesar de haver a tendência para 
a cidade usar o tipo base, não facilitava de forma alguma o comércio. 
 A introdução da moeda, se não teve por causa decisiva facilitar o 
comércio e está ligada a aspetos éticos, acaba afinal por ter graves 
consequências. 
 A introdução da moeda, uma inovação que afinal acaba por constituir 
mais uma acha no vulcão da crise.
2.7 Os conflitos sociais de meados do séc. 
VII a.C. 
 Surge uma riqueza que não tem por base a posse da terra. Os textos de 
Sólon e de Teógnis oferecem um testemunho da importância que essa 
riqueza havido adquirido. 
 Verifica-se o que é frequente em épocas de crise: empobrecimento de 
umas famílias – acomodação, negligência, falta de dinamismo ou 
dissipação – e enriquecimento de outras. 
 A aristocracia perdera o poder económico, com o aparecimento da nova 
classe dos plutocratas; perdera também o poder militar, com a nova tática 
de combate; mas continuava a única detentora do poder político.
2.7 Os conflitos sociais de meados do séc. 
VII a.C. 
 O desenvolvimento da polis fizera aparecer a noção de cidadão e nascer 
o sentimento comunitário; a nova tática militar dera aos cidadãos de 
médios e parcos recursos a consciência da sua importância e dos seus 
direitos. 
 Agudização da vida social na segunda metade do séc. VII a.C. 
 Duras lutas sociais terminaram em guerra civil. 
 São os legisladores que vão dotar as póleis de códigos de leis e proceder a 
reformas mais ou menos profundas.
2.8 Os legisladores e a codificação das leis 
 A codificação das leis vem satisfazer essa aspiração: põe a lei ao alcance 
de todos, oferecendo-lhes a possibilidade de a conhecerem, sem estarem 
sujeitos ao segredo e à arbitrariedade das interpretações. 
 Retira dessa forma aos aristocratas o monopólio da justiça. 
 Foi esta função dos legisladores, que coligiram a tradição e os costumes, 
modificaram-nos e ofereceram uma estrutura legal à vida cívica. 
 Os legisladores apareceram primeiro nas cidades mais desenvolvidas 
económica e comercialmente. 
 Os primeiros surgem por meados do século VII a.C. na Magna Grécia.
2.8 Os legisladores e a codificação das leis 
 Zaleuco de Locros (650 a.C.) é o mais antigo de que temos conhecimento. 
 Parece ter sido o autor do primeiro código escrito de leis. 
 Carondas, legislador de Catânia (630 a.C.) teria dotado essa polis de leis de 
caráter aristocrático. 
 Os legisladores mais conhecidos e que mais influência vieram a exercer na 
sociedade grega foram, no entanto, os de Esparta e os de Atenas. 
 Como por exemplo, em Atenas, as leis de Drácon e de Sólon.
2.9 Os tiranos 
 Apesar dos códigos escritos, a administração da justiça continuou, de 
modo geral, nas mãos dos magistrados ou conselhos aristocráticos. 
 A obra dos legisladores, na maioria dos casos, não foi suficiente para 
acalmar as lutas e perturbações sociais em muitas das cidades. 
 Os Tiranos  um fenómeno também característico da época arcaica 
grega, que atingiu quase todas as póleis, como desenlace mais usual para 
as lutas sociais. 
 O termo tirano e do regime a que dava origem, a tirania, não tinham o 
sentido negativo que encontramos nos fins do séc. V e no IV a.C. e que 
hoje continua a apresentar.
2.9 Os tiranos 
 As polis gregas acabaram por cair sob o domínio dos tiranos, estes (tal 
como os legisladores) apareceram em primeiro lugar nas cidades marítimas 
e comerciais. 
 Tinham geralmente um caráter antiaristocrático e protegeram as classes 
inferiores em que se apoiavam. 
 Contribuíram para o ruir dos privilégio da aristocracia e para um maior 
nivelamento social. 
 Procuraram centralizar os vários poderes: religiosos, institucionais, políticos, 
jurídicos.
2.9 Os tiranos 
 Procederam à cunhagem de moeda. 
 À centralização de determinados cultos. 
 Os tiranos tudo fizeram para conseguir a submissão dos interesses locais ao 
interesse central – ou seja, os dos aristocratas ao do próprio tirano. 
 As tiranias desenvolvem uma política ativa de contactos externos e 
ligações familiares que, além de constituírem fortes pontos de apoio para o 
regime, trazem também uma época de paz e de prosperidade, cimentada 
numa série de medidas de apoio aos camponeses e de incentivo à 
agricultura, ao comércio e à indústria. Não é raro procederem à isenção de 
impostos e à redistribuição pelos pequenos camponeses de terras 
confiscadas aos nobres.
2.9 Os tiranos 
 Os tiranos são déspotas esclarecidos que muito contribuíram para o 
incremento cultural. 
 As tiranias conseguem manter-se durante duas ou três gerações no 
máximo, depois desapareceram, todas antes de 500 a.C.. 
 Constituem a exceção as cidades da Sicília e poucas mais. 
 Os tiranos acabaram por ser expulsos por revoltas de nobres ou devido à 
intervenção de Esparta. 
 Com o seu desaparecimento instauraram-se ora oligarquias – tenham elas 
por base o nascimento, a riqueza ou os dois; ora democracias, mais ou 
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Civilizações clássicas i tema 2

  • 2. 2. Época arcaica: crises de crescimento e evolução das cidades  A época arcaica (entre 776 e 480 a.C.), respetivamente a data tradicional dos primeiros Jogos Olímpicos e o ano da batalha de Salamina.  É um período de grande vitalidade, de inovações, crises e transformações.  A polis modifica-se sensivelmente, nos começos do século V a.C., apresenta determinados aspetos diferentes dos que encontramos no início da época arcaica.  Destaques devido às suas Obras:  Hesíodo (finais do séc. VIII e inícios do VII )  Sólon (VII para VI)  Teógnis ( 2º metade do séc. VI e 1º do V a.C.)
  • 3. 2.1 O domínio da aristocracia  O domínio da aristocracia que detém todos os poderes: político, judicial, militar, religioso e económico.  Os aristocratas haviam conquistado essa autoridade.  Os nobres exerciam esses poderes através de um Conselho onde apenas tomavam assento, a título vitalício, os chefes das famílias aristocráticas que pretendiam descender de um herói local ou de um dos antigos reis.  Era esse conselho que definia a política da polis depois executada pelos Magistrados – um único com amplos poderes e longo mandato, ou, mais frequentemente, um colégio com mandato por um ano – eles também escolhidos apenas entre os nobres.
  • 4. 2.1 O domínio da aristocracia  Predomínio da Cavalaria – na qual se baseavam as táticas de guerra.  A Justiça baseava-se na tradição (na Themis), uma série de práticas transmitidas pelas grandes famílias de pais para filhos.  As leis não passavam de um conjunto de costumes mais próprios de um direito de guerra do que da justiça de uma polis e limitavam-se a regulamentar a vingança com base na solidariedade familiar, degenerando frequentes vezes em lutas sangrentas que terminavam com um tratado de paz ou com o desaparecimento de uma das fações.
  • 5. 2.1 O domínio da aristocracia Hesíodo e Sólon  Hesíodo insiste no valor da justiça, colocando nela e no trabalho a excelência do homem.  Sólon, por sua vez, fala em injustiça de nobres e governantes e em rapina e saque dos bens dos templos e do povo.  O poeta insiste na injustiça: justiça tortuosa, atos insolentes, corrupção da lei existente.  Portanto, nos inícios da época arcaica, nada controlava a atuação e ambições dos nobres.
  • 6. 2.2 O início da colonização grega  Em meados do século VIII a.C., inicia-se a colonização grega que se prolonga até ao período helenístico e vai espalhar os Gregos pelas margens do Mediterrâneo, europeia, asiática e africana.  Migrações  movimentação de populações de forma não organizada, devida ora ao nomadismo, ora a desalojamento por outros povos, ora a fuga de locais de guerra.  Colonização  existe um planeamento, com a escolha do sítio a colonizar, com a nomeação do comandante, com a definição dos integrantes da expedição.
  • 7. 2.2 O início da colonização grega  Em consequência do excesso de população, de secas, de chuvas tempestuosas, a polis via-se em dificuldades para alimentar a população e optava por enviar uma parte dos seus habitantes para outro lugar com a missão de fundar uma colónia, que os Gregos designavam apoikia, «residência distante».  Da cidade de origem – a metrópole, «cidade-mãe» - os colonizadores transportavam o fogo sagrado, os cultos, o alfabeto, o dialeto, o calendário;  Entre a metrópole e a colónia não havia qualquer grau de dependência política e económica.  Entre colónia e metrópole apenas existiam laços de ordem moral.
  • 8. 2.2 O início da colonização grega  De modo geral o regime e instituições da apoika sofriam uma evolução própria.  Com transformações e inovações que os tornavam sensivelmente diferentes dos da metrópole.  Daí que este fenómeno grego se não enquadre no nosso conceito atual de colonização que implica a colónia como uma extensão territorial da metrópole e a sua dependência política e económica.  No entanto começaram a aparecer as cleruquias que correspondiam à nossa colonização: os seus habitantes, os clerucos, continuavam cidadãos da metrópole, ao contrário do apoikos que perdia a cidadania da polis de origem.
  • 9. 2.3 O desenvolvimento do comércio e as suas consequências  As colónias (apesar nos primeiros tempos procuravam bons locais para a agricultura) originam relações comerciais entre elas e o continente grego (não necessariamente com a metrópole) e geram um sistema de trocas cada vez mais ativo entre a bacia oriental do Mediterrânio e a ocidental.  As colónias vão estimular esta atividade e originam uma troca de mercadorias mais ativa.  O comércio sofre um grande incremento e, em meados do século VII a.C.  Não era considerado um recurso subsidiário e sazonário, mas uma atividade autónoma, próspera e com grande relevo.  Começam a aparecer a fundação de colónias comerciais ao lado das agrícolas.
  • 10. 2.3 O desenvolvimento do comércio e as sua consequências  Este incremento vai estimular a indústria, sobretudo a produção de cerâmica. Ex.: vasos de Corinto e de Atenas.  Grande surto de oficinas nos séc. VII e VI a.C..  O comércio e os contactos que originou vão trazer ainda novas ideias e novas técnicas.  Umas e outras vão provocar alterações de ordem económica, social e agrícola de graves consequências para a polis, e motivar, a longo prazo, uma transformação política.
  • 11. 2.3 O desenvolvimento do comércio e as sua consequências  Na agricultura fez-se a substituição do cultivo dos cereais, sobretudo o trigo para algo menos trabalhoso e mais rentável como a vinha e a oliveira que se desenvolveram muito com o comércio: o vinho e o azeite são dois produtos muito procurados para exportação.  Os camponeses viam-se duplamente atingidos por tal alteração:  Mão de obra  excedentários eram vendidos como escravos  A procura leva os nobres a desejarem aumentar o plantio de vinha e oliveira o que vai levar a situações de injustiça e arrastam descontentamento e revolta, a que outros elementos de crise se vêm juntar.
  • 12. 2.3 O desenvolvimento do comércio e as sua consequências  Assiste-se à formação de uma nova classe de enriquecidos (plutocratas), produto do comércio e do consequente incremento da indústria.  Para a aristocracia, a única fonte de riqueza digna era a terra.  A nova classe alimenta ambições e, detentora de poder económico, aspira a obter também poder político.  Desta forma, a nova classe de enriquecidos procura adquirir terras a qualquer preço.
  • 13. 2.3 O desenvolvimento do comércio e as sua consequências Conclusão  O desenvolvimento do comércio e da indústria, com o concomitante incremento das culturas ricas, se constituí um meio de promoção para alguns elementos dos estratos mais baixos, contribui também para extremar as classes e piorar as condições de vida dos pequenos e médios camponeses.  A explicação para a colonização é que esta é uma necessidade de procura de mercados para escoar a produção excedentária.
  • 14. 2.4 A concentração de terras e a crise agrária  O desenvolvimento artesanal e do comércio mostram que os conflitos se ligam a questões agrárias.  Os ricos aumentaram consideravelmente as suas propriedades e verificou-se de facto uma acumulação de terras.  Hesíodo nos “Trabalhos e Dias”, alude a dívidas que trazem a fome amarga.  Sólon fala de «terra escrava» e de marcos de hipoteca, de dívidas e de escravos.  No centro da crise, no tempo de Sólon, existia uma espécie de «servidão» pessoal.
  • 15. 2.4 A concentração de terras e a crise agrária  Hectêmoros (os que eram obrigados a pagar uma renda de um sexto da produção da terra).  Pelatas (que correspondia aproximadamente ao cliente romano e parece ter estado sujeito também à entrega de uma parte das colheitas).  Tetas (que não tinham bens e viviam do aluguer do seu trabalho). Nota: Segundo Aristóteles se os dois primeiros não pagassem a renda poderiam ser vendidos como escravos.  Sem resolverem a sua situação com recurso a empréstimos, eram lançados a curto prazo na escravatura e na dependência dos ricos.
  • 16. 2.5 A criação da hoplitia Inovações da época arcaica:  Criação da hoplitia  Introdução da moeda  Nos fins do séc. VIII e inícios do VII a.C., verifica-se uma transformação da tática militar.  Deixa de ter por base a cavalaria e passa a apoiar-se no hoplita – soldado grego de infantaria que combate equipado com o hoplon.
  • 17. 2.5 A criação da hoplitia  A hoplitia, ao exigir espírito de disciplina e de solidariedade, contribui poderosamente para solidificar a polis, incrementando o sentimento de comunidade.  A nova tática permitiu ainda o acesso ao poder militar de um maior número de cidadãos.  Deste modo, os cidadãos de recursos médios ascendem ao poder militar e passam a ter papel decisivo na defesa da polis.  Lembrar que o poder politico e o poder militar estavam ligados o que leva ao desejo ou à exigência de ter acesso aos cargos e participar também no governo da polis.
  • 18. 2.5 A criação da hoplitia Conclusão  A introdução da hoplitia faz perder à aristocracia a hegemonia do poder militar.  Acaba por constituir mais um afluente da caudalosa corrente da crise social da segunda metade do séc. VII a.C..
  • 19. 2.6 O aparecimento da moeda  Introdução da moeda  na Iónia/Lídia no último quartel do séc. VII a.C.  A introdução da moeda, embora a sua expansão seja um processo moroso, acaba por reduzir pouco a pouco a avaliação e os pagamentos (em bois e medidas de cereal) e por limitar a troca direta.  A moeda desde início tem a função de padrão valor para facilitar o comércio.  Mas os dados que dispomos, fornecidos pelas escavações arqueológicas, contradizem essa ideia.
  • 20. 2.6 O aparecimento da moeda  A referida introdução não visava facilitar o comércio, já que não consegue comerciar só com moedas de grande valor intrínseco.  Aos inícios da cunhagem presidiriam aspetos não comerciais. Fatores que contribuíram para a sua introdução:  Normalização da vida social  Desenvolvimento do papel fiscal do Estado (multas, impostos, taxas)  Financiamento de exércitos de mercenários  Pagamento de salários a outros empregados públicos  Desenvolvimento da consciência cívica.
  • 21. 2.6 O aparecimento da moeda  A proliferação de espécimes diferentes apesar de haver a tendência para a cidade usar o tipo base, não facilitava de forma alguma o comércio.  A introdução da moeda, se não teve por causa decisiva facilitar o comércio e está ligada a aspetos éticos, acaba afinal por ter graves consequências.  A introdução da moeda, uma inovação que afinal acaba por constituir mais uma acha no vulcão da crise.
  • 22. 2.7 Os conflitos sociais de meados do séc. VII a.C.  Surge uma riqueza que não tem por base a posse da terra. Os textos de Sólon e de Teógnis oferecem um testemunho da importância que essa riqueza havido adquirido.  Verifica-se o que é frequente em épocas de crise: empobrecimento de umas famílias – acomodação, negligência, falta de dinamismo ou dissipação – e enriquecimento de outras.  A aristocracia perdera o poder económico, com o aparecimento da nova classe dos plutocratas; perdera também o poder militar, com a nova tática de combate; mas continuava a única detentora do poder político.
  • 23. 2.7 Os conflitos sociais de meados do séc. VII a.C.  O desenvolvimento da polis fizera aparecer a noção de cidadão e nascer o sentimento comunitário; a nova tática militar dera aos cidadãos de médios e parcos recursos a consciência da sua importância e dos seus direitos.  Agudização da vida social na segunda metade do séc. VII a.C.  Duras lutas sociais terminaram em guerra civil.  São os legisladores que vão dotar as póleis de códigos de leis e proceder a reformas mais ou menos profundas.
  • 24. 2.8 Os legisladores e a codificação das leis  A codificação das leis vem satisfazer essa aspiração: põe a lei ao alcance de todos, oferecendo-lhes a possibilidade de a conhecerem, sem estarem sujeitos ao segredo e à arbitrariedade das interpretações.  Retira dessa forma aos aristocratas o monopólio da justiça.  Foi esta função dos legisladores, que coligiram a tradição e os costumes, modificaram-nos e ofereceram uma estrutura legal à vida cívica.  Os legisladores apareceram primeiro nas cidades mais desenvolvidas económica e comercialmente.  Os primeiros surgem por meados do século VII a.C. na Magna Grécia.
  • 25. 2.8 Os legisladores e a codificação das leis  Zaleuco de Locros (650 a.C.) é o mais antigo de que temos conhecimento.  Parece ter sido o autor do primeiro código escrito de leis.  Carondas, legislador de Catânia (630 a.C.) teria dotado essa polis de leis de caráter aristocrático.  Os legisladores mais conhecidos e que mais influência vieram a exercer na sociedade grega foram, no entanto, os de Esparta e os de Atenas.  Como por exemplo, em Atenas, as leis de Drácon e de Sólon.
  • 26. 2.9 Os tiranos  Apesar dos códigos escritos, a administração da justiça continuou, de modo geral, nas mãos dos magistrados ou conselhos aristocráticos.  A obra dos legisladores, na maioria dos casos, não foi suficiente para acalmar as lutas e perturbações sociais em muitas das cidades.  Os Tiranos  um fenómeno também característico da época arcaica grega, que atingiu quase todas as póleis, como desenlace mais usual para as lutas sociais.  O termo tirano e do regime a que dava origem, a tirania, não tinham o sentido negativo que encontramos nos fins do séc. V e no IV a.C. e que hoje continua a apresentar.
  • 27. 2.9 Os tiranos  As polis gregas acabaram por cair sob o domínio dos tiranos, estes (tal como os legisladores) apareceram em primeiro lugar nas cidades marítimas e comerciais.  Tinham geralmente um caráter antiaristocrático e protegeram as classes inferiores em que se apoiavam.  Contribuíram para o ruir dos privilégio da aristocracia e para um maior nivelamento social.  Procuraram centralizar os vários poderes: religiosos, institucionais, políticos, jurídicos.
  • 28. 2.9 Os tiranos  Procederam à cunhagem de moeda.  À centralização de determinados cultos.  Os tiranos tudo fizeram para conseguir a submissão dos interesses locais ao interesse central – ou seja, os dos aristocratas ao do próprio tirano.  As tiranias desenvolvem uma política ativa de contactos externos e ligações familiares que, além de constituírem fortes pontos de apoio para o regime, trazem também uma época de paz e de prosperidade, cimentada numa série de medidas de apoio aos camponeses e de incentivo à agricultura, ao comércio e à indústria. Não é raro procederem à isenção de impostos e à redistribuição pelos pequenos camponeses de terras confiscadas aos nobres.
  • 29. 2.9 Os tiranos  Os tiranos são déspotas esclarecidos que muito contribuíram para o incremento cultural.  As tiranias conseguem manter-se durante duas ou três gerações no máximo, depois desapareceram, todas antes de 500 a.C..  Constituem a exceção as cidades da Sicília e poucas mais.  Os tiranos acabaram por ser expulsos por revoltas de nobres ou devido à intervenção de Esparta.  Com o seu desaparecimento instauraram-se ora oligarquias – tenham elas por base o nascimento, a riqueza ou os dois; ora democracias, mais ou menos evoluídas.