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Manual de Nutrição
   Profissional
     Capítulo 3
 DETERMINANDO O
 PLANO ALIMENTAR
MaNual de Nutrição
                                                  teMas e autores

Capítulo 1 – Os alimentos: calorias,                                         •	 Mestra	em	Nutrição	Humana	pela	UFRJ
                                                                             •	 Especialista	em	Educação	e	Saúde	pela	UFRJ
macronutrientes e micronutrientes                                            •	 Membro	do	Departamento	de	Nutrição	e		Metabologia	da	SBD	-
                                                                                2006/2007
Anelena Soccal Seyffarth
•	 Nutricionista	Especialista	em	Nutrição	Humana                             Capítulo 7 - Plano alimentar nas situações
•		Preceptora	da	Residência	em	Nutrição	da	Secretaria	de	Saúde	do	Dis-
   trito	Federal
                                                                             especiais: escola, trabalho, festas, restaurantes e
•		Membro	 do	 Departamento	 de	 Nutrição	 e	 Metabologia	 da	 SBD	 –	       dias de doença
   2006/2007
                                                                             Gisele Rossi Goveia
Capítulo 2 – Alimentação e hábitos saudáveis                                 •	 Nutricionista	Especialista		em	Nutrição	Clínica	pela	Associação	Brasi-
                                                                                leira	de	Nutrição	-	ASBRAN
Deise Regina Baptista Mendonça                                               •	 Nutricionista	da	Preventa		Consultoria	em	Saúde/SP;	
                                                                             •	 Membro	do	Conselho	Consultivo	da	Associação	de	Diabetes	Juvenil	
•	 Nutricionista	Especialista	em	Administração	Hospitalar	e	em	Saúde	
                                                                                de	São	Paulo
   Pública
                                                                             •	 Coordenadora	do	Departamento	de	Nutrição	e	Metabologia	da	SBD	
•	 Professora	-adjunta	do	Departamento	de	Nutrição	da	Universidade	
                                                                                -	2006/2007
   Federal	do		Paraná	(UFPR)
•		Coordenadora	 do	 Curso	 de	 Especialização	 em	 Nutrição	 Clínica	 da	
   UFPR;	                                                                    Colaboradoras:
•		Membro	 do	 Departamento	 de	 Nutrição	 e	 Metabologia	 da	 SBD	 –	
   2006/2007                                                                 Ana Cristina Bracini de Aguiar
                                                                             •	 Especialista		em	Nutrição	Clínica
Capítulo 3 – Determinando o plano alimentar                                  •	 Pós	graduação	em	Administração	Hospitalar.
                                                                             •	 Nutricionista	 Clínica	 do	 Instituto	 da	 Criança	 com	 Diabetes,	 do	 Rio	
Anita Sachs                                                                     Grande	do	Sul.	
                                                                             •	 Membro	 do	 Departamento	 de	 Nutrição	 e	 Metabologia	 	 da	 SBD	 –	
•	 Nutricionista	Mestre	em	nutrição	humana	pela	London	School	Hygie-
                                                                                2006/2007
   ne	and	Tropical	Medicine
•	 Professora	adjunta	e	chefe	da	disciplina	de	Nutrição	do	Departamento	
   de	Medicina	Preventiva	da	UNIFESP,	                                       Clarissa Paia Bargas Uezima
•	 Doutora	em	Ciências	pela	UNIFESP	                                         •	 Nutricionista
•	 Membro	 do	 Departamento	 de	 Nutrição	 e	 Metabologia	 da	 SBD	 –	       •		Especialista	em	Nutrição	em	Saúde	Publica	pela	UNIFESP
   2006/2007
                                                                             Josefina Bressan Resende Monteiro
Capítulo 4 – Plano alimentar e diabetes mellitus                             •	 Nutricionista	Especialista	em	Nutrição	Clínica	pela	Universidade	Fe-
tipo 1                                                                          deral	do	Rio	de	Janeiro
                                                                             •	 Professora-adjunta	do	Departamento	de	Nutrição	e	Saúde	da	Univer-
Luciana Bruno                                                                   sidade	Federal	de	Viçosa	(DNS/UFV)
                                                                             •	 Pesquisadora	do	Conselho	Nacional	de	Desenvolvimento	Científico	e	
•	 Nutricionista	Especialista	em	Nutrição	Materno	Infantil	pela	Unifesp	        Tecnológico	(CNPq)
   com	treinamento	na	Joslin	Diabetes	Center	                                •	 Coordenadora	do	Departamento	de	Nutrição	e	Metabologia	da	SBD	
•	 Nutricionista	da	Preventa	Consultoria	em	Saúde	/SP                           –		2004/2005
•	 Membro	do	Conselho	Consultivo	da	Associação	de	Diabetes	Juvenil	
   de	São	Paulo                                                              Juliane Costa Silva Zemdegs
•	 Membro	 do	 Departamento	 de	 Nutrição	 e	 Metabologia	 	 da	 SBD	 –	
   2006/2007                                                                 •	 Nutricionista
                                                                             •	 Especialista	em	Nutrição	em	Saúde	Publica	pela	UNIFESP
Capítulo 5 – Plano alimentar e diabetes mellitus
                                                                             Kariane Aroeira Krinas
tipo 2
                                                                             •	 Nutricionista
Celeste Elvira Viggiano                                                      •	 Membro	 do	 Departamento	 de	 Nutrição	 e	 Metabologia	 	 da	 SBD	 –	
                                                                                2006/2007
•	 Nutricionista	clínica	e	sanitarista
•	 Educadora	e	especialista	em	diabetes,	obesidade	e	síndrome	metabó-        Marisa Sacramento Gonçalves
   lica.	
•	 Coordenadora	do	Curso	de	Graduação	em	Nutrição	da	Universidade	           •	 Nutricionista	 Centro	 de	 Diabetes	 e	 Endocrinologia	 do	 Estado	 da	
   Municipal	de	São	Caetano	do	Sul-SP                                           Bahia
•	 Membro	 do	 Departamento	 de	 Nutrição	 e	 Metabologia	 da	 SBD	 –	       •	 Residência	em	Nutrição	Clínica	-	Hospital	Universitário	Antonio	Pedro,	
   2006/2007                                                                    Niterói/RJ1980
                                                                             •	 Especialista	em	Controle	e	Qualidade	de	Alimentos	UFBA	1989
                                                                             •	 Membro	 do	 Departamento	 de	 Nutrição	 e	 Metabologia	 	 da	 SBD	 –	
Capítulo 6 – Plano alimentar nas complicações                                   2006/2007
metabólicas, agudas e crônicas do diabetes:
hipoglicemia, nefropatia, dislipidemias
Marlene Merino Alvarez
•	 Nutricionista	do	grupo	de	Diabetes	da	Universidade	Federal	Fluminen-
   se	(UFF);
MaNual de Nutrição
      Profissional

     CaPÍtulo 3




DETERMINANDO	O		
PLANO	ALIMENTAR
DETERMINANDO O PLANO ALIMENTAR
Autor: Anita Sachs
Colaboradoras: Juliane Costa Silva Zemdegs e Clarissa Paia Bargas Uezima

Objetivo: Evidenciar a importância das necessidades nutricionais individualizadas, facilitando a mudança de estilo de vida e
alimentação de maneira aceitável e alcançável.




1. INTRODUÇÃO                                                   manter	bom	controle	metabólico	para	prevenir	e/ou	
A	terapia	nutricional	para	o	diabetes	inclui	o	proces-          retardar	complicações	agudas	e	crônicas	e	proporcio-
so	e	o	sistema	pelo	qual	o	cuidado	nutricional	será	            nar	ao	portador	de	diabetes	uma	melhor	qualidade	
promovido,	bem	como	as	recomendações	específicas	               de	vida.
para	cada	indivíduo.	O	plano	alimentar	deve	ser	de-                O	 estabelecimento	 prévio	 dos	 objetivos	 do	 tra-
finido,	prescrito	e	acompanhado,	pois	este	fará	parte	          tamento	possibilitará	a	monitorização,	bem	como	a	
de	um	processo	educativo	contínuo.		Assim,	as	reco-             avaliação	do	alcance	das	metas	propostas.	
mendações	não	devem	se	basear	apenas	em	evidên-                    A	terapia	nutricional	para	o	paciente	portador	de	
cias	científicas,	mas	devem	também	levar	em	consi-              diabetes	tem	por	objetivo	atingir	e	manter	um	perfil	
deração	as	alterações	no	estilo	de	vida	que	o	indiví-           metabólico	ótimo,	o	que	inclui	assegurar:
duo	possa	fazer	e	manter.	As	preferências	culturais	
e	financeiras	precisam	ser	analisadas,	respeitando	as	              1.		Níveis	de	glicemia	na	faixa	de	normalidade	
escolhas	individuais,	e	os	pacientes	devem	estar	en-                    ou	próxima,	a	fim	de	prevenir	ou	reduzir	os	
volvidos	nas	decisões.                                                  riscos	de	complicações	do	diabetes;
    Neste	sentido,	a	avaliação	nutricional	é	um	com-                2.		Perfil	lipídico	e	lipoprotéico	que	reduzam	o	
ponente	essencial	para	o	cuidado	nutricional	do	pa-                     risco	de	doença	macrovascular;
ciente.	Ela	pode	ser	definida	como	a	interpretação	                 3.		Níveis	de	pressão	arterial	que	reduzam	o	risco	
da	informação	obtida	por	estudos	dietéticos,	antro-                     de	doença	cardiovascular.
pométricos	e	clínicos	e	tem	por	objetivo	determinar	
o	estado	nutricional	do	indivíduo	a	fim	de	traçar	o	              Quanto	aos	objetivos	em	situações	específicas,	é	
plano	de	cuidado	nutricional.	A	avaliação	nutricio-             possível	citar:
nal	completa	faz	com	que	a	educação	nutricional	se	               1.		Para	jovens	com	Diabetes	tipo	1:	promover	
torne	mais	eficaz.                                                    ingestão	energética	adequada	a	fim	de	asse-
    Alguns	parâmetros	para	a	avaliação	do	estado	nu-                  gurar	desenvolvimento	e	crescimento	nor-
tricional	incluem	1.dados	antropométricos	(peso	cor-                  mais,	integrar	a	insulinoterapia	aos	hábitos	
poral,	estatura,	pregas	e	circunferências	cutâneas),	                 alimentares	e	atividade	física;
a	 partir	 dos	 quais	 é	 possível	 realizar	 o	 diagnóstico	     2.	 Para	jovens	com	Diabetes		tipo	2:	facilitar	al-
nutricional	do	paciente,	2.	inquérito	alimentar,	que	                 terações	nos	hábitos	alimentares	e	na	ativi-
auxiliará	na	determinação	da	ingestão	atual	e	habi-                   dade	física	que	reduzam	a	resistência	a	insu-
tual	de	energia,	macro	e	micronutrientes,	3.	dados	                   lina	e	melhorem	o	perfil	metabólico;
bioquímicos.	Em	conjunto,	estas	informações	servi-                3.	 Para	mulheres	gestantes	e	lactantes:	promov-
rão	de	base	para	a	adaptação	do	plano	alimentar	e	                    er	ingestão	energética	e	de	nutrientes	ade-
permitirão	avaliar	as	mudanças	que	o	paciente	possa	                  quada	para	um	ótimo	desfecho	gestacional;
apresentar	ao	longo	do	tratamento.                                4.		Para	indivíduos	sob	insulinoterapia:	promov-
    É	importante	lembrar	que	um	único	parâmetro	                      er	educação	para	o	autocontrole	e	prevenção	
não	caracteriza	a	condição	geral	do	indivíduo,	por-                   da	hipoglicemia,	doenças	agudas,	problemas	
tanto	é	necessário	empregar	uma	associação	de	in-                     glicêmicos	relacionados	à	atividade	física;
dicadores	para	melhorar	a	precisão	do	diagnóstico	                5.		Para	indivíduos	com	risco	de	diabetes:	en-
nutricional.                                                          corajar	a	atividade	física,	promover	escolhas	
    O	plano	alimentar	deve	ser	cuidadosamente	ela-                    alimentares	que	facilitem	a	perda	de	peso	
borado,	fornecer	alimentação	nutricionalmente	equi-                   moderada	ou	que	pelo	menos	previna	o	gan-
librada	de	acordo	com	as	necessidades	individuais,	                   ho	de	peso.
Capítulo	3	–	Determinando	o	plano	alimentar	– 5



2. INFLUÊNCIA DOS NUTRIENTES NO CONTROLE                   ajustar	as	doses	de	insulina	ou	de	outra	medicação	
DO DIABETES                                                hipoglicemiante.
Diversos	fatores	influenciam	a	resposta	glicêmica	dos	        Diversos	comitês	recomendam	que	a	ingestão	de	
alimentos,	incluindo	a	quantidade	de	carboidrato,	o	       açúcar	simples	não	ultrapasse	mais	que	10%	do	valor	
tipo	de	açúcar	(glicose,	frutose,	sacarose,	lactose),	a	   calórico	total	da	dieta	e	que	tal	consumo	deve	estar	
natureza	do	amido	(amilose,	amilopectina,	amido	re-        inserido	no	contexto	de	uma	dieta	saudável.	Ade-
sistente),	o	modo	de	preparo	dos	alimentos,	assim	         mais,	indivíduos	sobrepeso	ou	com	hipertrigliceride-
como	 outros	 componentes	 alimentares	 tais	 como	        mia,	recomenda-se	a	utilização	de	adoçantes.
gorduras	e	substâncias	antinutricionais	que	lentifi-          Em	indivíduos	com	diabetes	a	frutose	produz	uma	
cam	a	digestão	(lecitinas,	fitatos,	taninos,	combina-      resposta	pós-prandial	menor	do	que	quando	substi-
ções	amido	-	proteína	e	amido	-	lipídeo).	Adicional-       tui	a	sacarose	ou	amido	da	dieta,	no	entanto	este	be-
mente,	o	jejum	prolongado,	as	concentrações	glicê-         nefício	é	contraposto	pelos	efeitos	adversos	de	que	a	
micas	pré-prandiais,	a	severidade	da	intolerância	a	       frutose	produz	nos	lípides	plasmáticos.	Assim,	o	uso	
glicose	são	outros	fatores	que	afetam	a	resposta	gli-      de	frutose	adicionado	como	adoçante	não	é	recomen-
cêmica	do	alimento.                                        dado,	no	entanto	não	há	razão	para	recomendar	que	
                                                           diabéticos	evitem	a	frutose	encontrada	nas	frutas,	ve-
MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES                          getais	e	outros	alimentos.

As	quantidades	de	macro	e	micronutrientes	a	serem	
oferecidos	ao	paciente	dependerão	do	estado	nutri-         FIBRAS
cional	e	dos	objetivos	quanto	ao	perfil	metabólico.	       Assim	como	para	a	população	em	geral,	pessoas	com	
Estas	diferem	quanto	à	porcentagem	entre	os	diver-         diabetes	devem	ser	encorajadas	a	escolher	uma	va-
sos	comitês,	porém	não	são	muito	distintas	as	por-         riedade	de	alimentos	que	contêm	fibras,	tais	como	
centagens	de	nutrientes	de	uma	pessoa	saudável	para	       grãos	integrais,	frutas	e	vegetais.
as	de	um	paciente	diabético.                                   Evidências	científicas	demonstram	que	o	consumo	
                                                           de	fibras	viscosas	reduz	as	taxas	de	esvaziamento	gás-
ADOÇANTES ARTIFICIAIS                                      trico	e	de	digestão	e	absorção	de	glicose,	com	bene-
Há	fortes	evidências	de	que	os	adoçantes	artificiais	      fícios	a	curto	e	médio	prazo	no	controle	glicêmico,	e	
são	seguros	para	pessoas	com	diabetes	desde	que	con-       também	apresentam	efeitos	benéficos	no	metabolis-
sumidos	nos	níveis	seguros	estabelecidos.                  mo	dos	lipídeos.		Já	as	fibras	não	viscosas	não	agem	
   A	ingestão	atual	é	muito	menor	do	que	a	ingestão	       diretamente	neste	quesito,	porém	podem	contribuir	
diária	aceitável,	definida	como	a	quantidade	que	um	       para	a	saciedade	e	controle	de	peso,	além	de	preser-
aditivo	alimentar	pode	ser	consumido	seguramente	          var	a	saúde	intestinal.	
em	um	dia.	Ainda	não	é	sabido	se	o	uso	de	adoçan-
tes	artificiais	melhoram	o	controle	glicêmico	a	longo	     ARTIGOS COMPLEMENTARES
prazo	ou	auxiliam	a	perda	de	peso.                         1.	 American	Diabetes	Association.	Nutrition	Princi-
                                                               ples	and	Recommendations	in	Diabetes.	Diabetes	
                                                               Care	27:	S36,	2004.
ADOÇANTES NUTRITIVOS
                                                           2.	 H.	Connor	et	al.	The	implementation	of	nutritio-
Evidências	disponíveis	de	estudos	clínicos	demons-             nal	advice	for	people	with	diabetes.	Diabetes	UK.	
tram	que	a	sacarose	dietética	oferecida	como	nutrien-          Diabetic	Medicine	20,	786	–	807,	2003.
te	simples,	como	parte	de	um	alimento,	preparação	         3.	 The	Diabetes	and	Nutrition	Study	Group	(DSNG)	
ou	 refeição,	 não	 aumenta	 a	 glicemia	 mais	 do	 que	       of	the	European	Association	for	the	Study	of	Dia-
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   Assim,	se	a	sacarose	fizer	parte	de	um	plano	ali-           nutritional	management	of	patients	with	diabe-
mentar,	ela	deverá	ser	substituída	por	outras	fontes	          tes	mellitus.	European	Journal	of	Clinical	Nutri-
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  • 1. Manual de Nutrição Profissional Capítulo 3 DETERMINANDO O PLANO ALIMENTAR
  • 2. MaNual de Nutrição teMas e autores Capítulo 1 – Os alimentos: calorias, • Mestra em Nutrição Humana pela UFRJ • Especialista em Educação e Saúde pela UFRJ macronutrientes e micronutrientes • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD - 2006/2007 Anelena Soccal Seyffarth • Nutricionista Especialista em Nutrição Humana Capítulo 7 - Plano alimentar nas situações • Preceptora da Residência em Nutrição da Secretaria de Saúde do Dis- trito Federal especiais: escola, trabalho, festas, restaurantes e • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – dias de doença 2006/2007 Gisele Rossi Goveia Capítulo 2 – Alimentação e hábitos saudáveis • Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica pela Associação Brasi- leira de Nutrição - ASBRAN Deise Regina Baptista Mendonça • Nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde/SP; • Membro do Conselho Consultivo da Associação de Diabetes Juvenil • Nutricionista Especialista em Administração Hospitalar e em Saúde de São Paulo Pública • Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD • Professora -adjunta do Departamento de Nutrição da Universidade - 2006/2007 Federal do Paraná (UFPR) • Coordenadora do Curso de Especialização em Nutrição Clínica da UFPR; Colaboradoras: • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 Ana Cristina Bracini de Aguiar • Especialista em Nutrição Clínica Capítulo 3 – Determinando o plano alimentar • Pós graduação em Administração Hospitalar. • Nutricionista Clínica do Instituto da Criança com Diabetes, do Rio Anita Sachs Grande do Sul. • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – • Nutricionista Mestre em nutrição humana pela London School Hygie- 2006/2007 ne and Tropical Medicine • Professora adjunta e chefe da disciplina de Nutrição do Departamento de Medicina Preventiva da UNIFESP, Clarissa Paia Bargas Uezima • Doutora em Ciências pela UNIFESP • Nutricionista • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – • Especialista em Nutrição em Saúde Publica pela UNIFESP 2006/2007 Josefina Bressan Resende Monteiro Capítulo 4 – Plano alimentar e diabetes mellitus • Nutricionista Especialista em Nutrição Clínica pela Universidade Fe- tipo 1 deral do Rio de Janeiro • Professora-adjunta do Departamento de Nutrição e Saúde da Univer- Luciana Bruno sidade Federal de Viçosa (DNS/UFV) • Pesquisadora do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e • Nutricionista Especialista em Nutrição Materno Infantil pela Unifesp Tecnológico (CNPq) com treinamento na Joslin Diabetes Center • Coordenadora do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD • Nutricionista da Preventa Consultoria em Saúde /SP – 2004/2005 • Membro do Conselho Consultivo da Associação de Diabetes Juvenil de São Paulo Juliane Costa Silva Zemdegs • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 • Nutricionista • Especialista em Nutrição em Saúde Publica pela UNIFESP Capítulo 5 – Plano alimentar e diabetes mellitus Kariane Aroeira Krinas tipo 2 • Nutricionista Celeste Elvira Viggiano • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – 2006/2007 • Nutricionista clínica e sanitarista • Educadora e especialista em diabetes, obesidade e síndrome metabó- Marisa Sacramento Gonçalves lica. • Coordenadora do Curso de Graduação em Nutrição da Universidade • Nutricionista Centro de Diabetes e Endocrinologia do Estado da Municipal de São Caetano do Sul-SP Bahia • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – • Residência em Nutrição Clínica - Hospital Universitário Antonio Pedro, 2006/2007 Niterói/RJ1980 • Especialista em Controle e Qualidade de Alimentos UFBA 1989 • Membro do Departamento de Nutrição e Metabologia da SBD – Capítulo 6 – Plano alimentar nas complicações 2006/2007 metabólicas, agudas e crônicas do diabetes: hipoglicemia, nefropatia, dislipidemias Marlene Merino Alvarez • Nutricionista do grupo de Diabetes da Universidade Federal Fluminen- se (UFF);
  • 3. MaNual de Nutrição Profissional CaPÍtulo 3 DETERMINANDO O PLANO ALIMENTAR
  • 4. DETERMINANDO O PLANO ALIMENTAR Autor: Anita Sachs Colaboradoras: Juliane Costa Silva Zemdegs e Clarissa Paia Bargas Uezima Objetivo: Evidenciar a importância das necessidades nutricionais individualizadas, facilitando a mudança de estilo de vida e alimentação de maneira aceitável e alcançável. 1. INTRODUÇÃO manter bom controle metabólico para prevenir e/ou A terapia nutricional para o diabetes inclui o proces- retardar complicações agudas e crônicas e proporcio- so e o sistema pelo qual o cuidado nutricional será nar ao portador de diabetes uma melhor qualidade promovido, bem como as recomendações específicas de vida. para cada indivíduo. O plano alimentar deve ser de- O estabelecimento prévio dos objetivos do tra- finido, prescrito e acompanhado, pois este fará parte tamento possibilitará a monitorização, bem como a de um processo educativo contínuo. Assim, as reco- avaliação do alcance das metas propostas. mendações não devem se basear apenas em evidên- A terapia nutricional para o paciente portador de cias científicas, mas devem também levar em consi- diabetes tem por objetivo atingir e manter um perfil deração as alterações no estilo de vida que o indiví- metabólico ótimo, o que inclui assegurar: duo possa fazer e manter. As preferências culturais e financeiras precisam ser analisadas, respeitando as 1. Níveis de glicemia na faixa de normalidade escolhas individuais, e os pacientes devem estar en- ou próxima, a fim de prevenir ou reduzir os volvidos nas decisões. riscos de complicações do diabetes; Neste sentido, a avaliação nutricional é um com- 2. Perfil lipídico e lipoprotéico que reduzam o ponente essencial para o cuidado nutricional do pa- risco de doença macrovascular; ciente. Ela pode ser definida como a interpretação 3. Níveis de pressão arterial que reduzam o risco da informação obtida por estudos dietéticos, antro- de doença cardiovascular. pométricos e clínicos e tem por objetivo determinar o estado nutricional do indivíduo a fim de traçar o Quanto aos objetivos em situações específicas, é plano de cuidado nutricional. A avaliação nutricio- possível citar: nal completa faz com que a educação nutricional se 1. Para jovens com Diabetes tipo 1: promover torne mais eficaz. ingestão energética adequada a fim de asse- Alguns parâmetros para a avaliação do estado nu- gurar desenvolvimento e crescimento nor- tricional incluem 1.dados antropométricos (peso cor- mais, integrar a insulinoterapia aos hábitos poral, estatura, pregas e circunferências cutâneas), alimentares e atividade física; a partir dos quais é possível realizar o diagnóstico 2. Para jovens com Diabetes tipo 2: facilitar al- nutricional do paciente, 2. inquérito alimentar, que terações nos hábitos alimentares e na ativi- auxiliará na determinação da ingestão atual e habi- dade física que reduzam a resistência a insu- tual de energia, macro e micronutrientes, 3. dados lina e melhorem o perfil metabólico; bioquímicos. Em conjunto, estas informações servi- 3. Para mulheres gestantes e lactantes: promov- rão de base para a adaptação do plano alimentar e er ingestão energética e de nutrientes ade- permitirão avaliar as mudanças que o paciente possa quada para um ótimo desfecho gestacional; apresentar ao longo do tratamento. 4. Para indivíduos sob insulinoterapia: promov- É importante lembrar que um único parâmetro er educação para o autocontrole e prevenção não caracteriza a condição geral do indivíduo, por- da hipoglicemia, doenças agudas, problemas tanto é necessário empregar uma associação de in- glicêmicos relacionados à atividade física; dicadores para melhorar a precisão do diagnóstico 5. Para indivíduos com risco de diabetes: en- nutricional. corajar a atividade física, promover escolhas O plano alimentar deve ser cuidadosamente ela- alimentares que facilitem a perda de peso borado, fornecer alimentação nutricionalmente equi- moderada ou que pelo menos previna o gan- librada de acordo com as necessidades individuais, ho de peso.
  • 5. Capítulo 3 – Determinando o plano alimentar – 5 2. INFLUÊNCIA DOS NUTRIENTES NO CONTROLE ajustar as doses de insulina ou de outra medicação DO DIABETES hipoglicemiante. Diversos fatores influenciam a resposta glicêmica dos Diversos comitês recomendam que a ingestão de alimentos, incluindo a quantidade de carboidrato, o açúcar simples não ultrapasse mais que 10% do valor tipo de açúcar (glicose, frutose, sacarose, lactose), a calórico total da dieta e que tal consumo deve estar natureza do amido (amilose, amilopectina, amido re- inserido no contexto de uma dieta saudável. Ade- sistente), o modo de preparo dos alimentos, assim mais, indivíduos sobrepeso ou com hipertrigliceride- como outros componentes alimentares tais como mia, recomenda-se a utilização de adoçantes. gorduras e substâncias antinutricionais que lentifi- Em indivíduos com diabetes a frutose produz uma cam a digestão (lecitinas, fitatos, taninos, combina- resposta pós-prandial menor do que quando substi- ções amido - proteína e amido - lipídeo). Adicional- tui a sacarose ou amido da dieta, no entanto este be- mente, o jejum prolongado, as concentrações glicê- nefício é contraposto pelos efeitos adversos de que a micas pré-prandiais, a severidade da intolerância a frutose produz nos lípides plasmáticos. Assim, o uso glicose são outros fatores que afetam a resposta gli- de frutose adicionado como adoçante não é recomen- cêmica do alimento. dado, no entanto não há razão para recomendar que diabéticos evitem a frutose encontrada nas frutas, ve- MACRONUTRIENTES E MICRONUTRIENTES getais e outros alimentos. As quantidades de macro e micronutrientes a serem oferecidos ao paciente dependerão do estado nutri- FIBRAS cional e dos objetivos quanto ao perfil metabólico. Assim como para a população em geral, pessoas com Estas diferem quanto à porcentagem entre os diver- diabetes devem ser encorajadas a escolher uma va- sos comitês, porém não são muito distintas as por- riedade de alimentos que contêm fibras, tais como centagens de nutrientes de uma pessoa saudável para grãos integrais, frutas e vegetais. as de um paciente diabético. Evidências científicas demonstram que o consumo de fibras viscosas reduz as taxas de esvaziamento gás- ADOÇANTES ARTIFICIAIS trico e de digestão e absorção de glicose, com bene- Há fortes evidências de que os adoçantes artificiais fícios a curto e médio prazo no controle glicêmico, e são seguros para pessoas com diabetes desde que con- também apresentam efeitos benéficos no metabolis- sumidos nos níveis seguros estabelecidos. mo dos lipídeos. Já as fibras não viscosas não agem A ingestão atual é muito menor do que a ingestão diretamente neste quesito, porém podem contribuir diária aceitável, definida como a quantidade que um para a saciedade e controle de peso, além de preser- aditivo alimentar pode ser consumido seguramente var a saúde intestinal. em um dia. Ainda não é sabido se o uso de adoçan- tes artificiais melhoram o controle glicêmico a longo ARTIGOS COMPLEMENTARES prazo ou auxiliam a perda de peso. 1. American Diabetes Association. Nutrition Princi- ples and Recommendations in Diabetes. Diabetes Care 27: S36, 2004. ADOÇANTES NUTRITIVOS 2. H. Connor et al. The implementation of nutritio- Evidências disponíveis de estudos clínicos demons- nal advice for people with diabetes. Diabetes UK. tram que a sacarose dietética oferecida como nutrien- Diabetic Medicine 20, 786 – 807, 2003. te simples, como parte de um alimento, preparação 3. The Diabetes and Nutrition Study Group (DSNG) ou refeição, não aumenta a glicemia mais do que of the European Association for the Study of Dia- quantidades isocalóricas de amido. betes (EASD), 1999: Recommendations for the Assim, se a sacarose fizer parte de um plano ali- nutritional management of patients with diabe- mentar, ela deverá ser substituída por outras fontes tes mellitus. European Journal of Clinical Nutri- de carboidrato ou se for adicionada, será necessário tion 2000: 54, 353-355.