Este documento discute a inovação na gestão eclesial. Apresenta conceitos de inovação e tipos como de produto, serviço e processo. Explora exemplos de inovação na sociedade e na Igreja, como em serviços pastorais e comunicação. Argumenta que a inovação na Igreja é necessária para manter o Evangelho relevante, equilibrando tradição, sinais dos tempos e fontes primeiras do cristianismo.
2. Conceito de Inovação
• Criação, desenvolvimento e implantação
de produto, de serviço, de processo ou
de tecnologia que introduz um
diferencial qualitativo na organização e
na sociedade.
• Quem inova, sai na frente. Cria um
diferencial competitivo.
3. Alguns tipos de inovação
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De produto.
De serviço.
De processo (de fabricação, de logística, de gestão da informação).
Organizacional.
De comunicação (interna e externa)
De valores e práticas sociais (maneira
original de ver o mundo e atuar sobre ele ->
produz mudanças visão e de atitudes)
8. Inovação passo a passo
• Foco: missão da organização
• Compreender e interpretar demandas latentes
(oportunidades) -> Ideia inovadora.
• Pesquisa e desenvolvimento (identificar o que
existe de melhor -> aprender, copiar. criar).
• Formatação e escolha dos parceiros.
• Teste
• Implantação (preparada por sedução e convencimento)
• Avaliação
• Aperfeiçoamento e ampliação
9. Para acontecer inovação
• Pessoa(s) com mente aberta, que
captam uma demanda e buscam
alternativas.
• Conhecimento para transformar a ideia
em solução (Pesquisa e Desenvolvimento).
• Recursos humanos, tecnológicos,
organizacionais e financeiros.
• Implantação -> teste -> avaliação ->
melhoria -> consolidação
10. Constitui a inovação
• Ideia criativa
• Solução para uma demanda (por vezes
implícita)
• Impacto na sociedade ou na
organização
• Alto grau de difusão
11. Graus de novidade da inovação
• Radical: extraordinária, de
implantação.
• Média: aperfeiçoamento de uma
inovação anterior (incrementação).
• Atualização de algo já existente.
12. Do celular ao Smartfone : vários graus
de novidade na inovação
13. Inovação por atualização (pequena)
Bíblia com letras enormes, para quem tem dificuldades de leitura
14. Inovação é sempre boa? Depende...
• Inovação “do bem”: visa minimizar problemas
e oferecer soluções para as pessoas, as nações
e o planeta.
• Inovação “neutra”: pode ser usada para o bem
ou para o mal.
• Inovação “do mal”: promove o crescimento de
iniciativas que destroem pessoas, povos e a
Terra. Cria necessidades e maximiza desejos
em vista da exploração.
17. Conversão
Mudança de vida, de perspectiva,
de valores, de atitudes e de ações
que toca o coração da pessoa e de
um grupo, modificando seu
núcleo vital. Acontece como
resposta a um apelo de Deus.
A conversão faz parte da
existência cristã e da vida da
Igreja, pois a gente sem perceber
se desvia do caminho da vida ou
esfria no “amor primeiro”
18. Renovação
• Processos de mudança em grupos ou
instituições, para se atualizar e adaptarse a novas circunstâncias históricas. A
renovação pode ser breve ou
duradoura, atingir pessoas e/ou
estruturas com maior ou menor
intensidade.
• No correr da sua história, a Igreja
promoveu processos de renovação. O
mais recente foi desencadeado pelo
Concílio Vaticano II.
19. Restauração
• Adoção de modelos do passado próximo, como
reação às mudanças na sociedade e na própria Igreja.
• A Igreja adotou posturas de restauração no séculos
19 e 20, enfrentando a sociedade moderna com suas
características: antropocentrismo, mentalidade
científica, subjetividade, historicidade.
• A restauração não volta às fontes primeiras do
cristianismo, mas somente até a cristandade.
• Movimentos neoconservadores utilizam várias
inovações a serviço de sua causa.
20. Para que renovar e inovar?
• Para que a Boa de Nova de Jesus Cristo
continue significativa para homens e mulheres
de hoje, numa sociedade plural e com rápidas
mudanças.
• Para que o Evangelho ressoe com sentido nas
novas gerações.
-> Renovar e inovar não é um capricho, mas uma
necessidade no atual momento histórico da
humanidade.
21. Horizonte para renovar e inovar, a
partir do Concílio
• Igreja Povo de Deus a caminho: estruturas
participativas. Diferentes ministérios e
serviços. Protagonismo dos leigos (LG).
• Liturgia significativa (SC).
• Centralidade da Palavra de Deus. Relação da
Bíblia com a Tradição (DV).
• Diálogo com o mundo contemporâneo.
Discernir os “Sinais dos Tempos”. Compartilhar
das alegrias e dores, tristezas e esperanças
(GS)
22. A inovação eclesial articula:
• Voltar às fontes primeiras
do cristianismo: Bíblia e
patrística.
• Aprender com a Tradição
Viva e o magistério.
• Ser sensível à
contemporaneidade.
23. O equilíbrio difícil e necessário
• Voltar constantemente ao núcleo da Boa Nova
de Jesus, a fonte primeira.
• Conservar e transmitir a Tradição viva da
Igreja: nos valores, na doutrina, nas práticas
religiosas.
• Inovar através de gestos, palavras e
processos, para que o Evangelho ressoe nas
pessoas e na sociedade.
25. Alguns tipos de inovação na Igreja
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De serviço pastoral
Organizacional (estruturas de poder).
De comunicação (interna e externa)
De valores e práticas sociais.
De design
• (Nova Evangelização: no ardor, no método, na
linguagem)
26. Identifique as características
inovadoras nas seguintes iniciativas
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Preparação para os sacramentos.
Curso de iniciação teológica para leigos(as).
Campanha da Fraternidade.
Círculos Bíblicos.
Pastorais Sociais.
Assembleias diocesanas e Planos de pastoral.
Catequese renovada e novas pastorais.
Organização do dízimo.
Gestão econômico-financeira profissionalizada.
27. Estar sempre a caminho...
Iniciativa ou processo inovador que não se atualiza
tende a perder seu valor e a se transformar em
algo anacrônico. Em vez de asas para voar, é peso
para carregar!
28. O que impede a inovação/renovação
• Medo de arriscar.
• Concentração de poder (presbíteros
e leigos).
• Pouca conexão com a
contemporaneidade.
• Ausência de método.
• Competição interna.
• Visão paroquiana e pouco “católica”.
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29. O que favorece a inovação/renovação
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Tradição como sabedoria milenar.
Força do Espírito Santo que desinstala.
Generosidade de pessoas e grupos.
Espírito de aprendiz.
Internacionalidade e catolicidade: a
diversidade que soma.
30. Uma figura inspiradora de
renovação/inovação
Para Francisco no meio de um grupo de refugiados
32. Sugestão de bibliografia
CARVALHO, Marly Monteiro. Inovação.
Estratégias e comunidades de conhecimento.
São Paulo: Atlas, 2009.
CORAL, Eliza e al. (orgs). Gestão integrada da
Inovação. São Paulo: Atlas, 2008.
MURAD, Afonso. Gestão e Espiritualidade. São
Paulo: Paulinas, 2012, 5 ed.
Afonso Murad é teólogo, escritor e ambientalista. Bolsista de Produtividade em
Pesquisa do CNPq. Email: murad4@hotmail.com. Redes sociais: afonsomurad.