O documento discute a necessidade de teologias contextuais que levem em conta as particularidades culturais e sociais ao invés de modelos universais. A teologia sempre teve traços de universalidade e particularidade, mas precisam reconhecer como a cultura influencia o pensamento teológico. Teologias contextuais ajudam a compreender a revelação de Deus na vida concreta das pessoas e promovem o diálogo entre culturas e religiões.
2. Universalidade – Particularidade da
Teologia
• Toda reflexão teológica tem traços de
universalidade e particularidade.
• Universalidade : funda-se na única revelação
divina, destinada a toda a humanidade.
• Particularidade: provém do caráter situado de
todo pensar humano.
3. Particularidade da Teologia
• A teologia:
- sofre os condicionamentos dos contextos
socioculturais nos quais é gestada.
- Participa da condição de finitude de toda atividade
que utiliza a linguagem e atua com esquemas
mentais superáveis.
- Enquanto ato iluminado pelo Espírito de Jesus,
reatualiza o mistério da encarnação.
* Em suma: a teologia cristã é hermenêutica situada
(particular) da única e mesma fé (universal),
elaborada, difundida e acolhida nas Igrejas cristãs.
4. Universalidade da teologia
• Universalização quantitativa: diz respeito à extensão
geográfica e populacional da obra teológica
• Universalização qualitativa: refere-se ao grau de
elaboração teórica, à coerência e à genialidade em
recolher, integrar e articular os dados provenientes da
Escritura, da história e da vida presente da Igreja.
• Alto grau de universalidade qualitativa -> capacidade de
alimentar a fé em diversos aspectos: cognitivo-
intelectual, místico-celebrativo e prático.
• Universalidade qualitativa e quantitativa tendem a se
combinar. Pressupõem reconhecimento por parte dos
fiéis, da comunidade teológica e da autoridade eclesial.
6. Porque teologias contextuais?
• É necessário rever modelos culturais e formas de
pensamento que estão na base da teologia
ocidental.
• A teologia clássica carregou a ideologia
dominante centro-europeia e estadunidense.
Considerou universal aquilo que é típico de
determinado grupo humano. Legitimou
preconceitos e formas de opressão.
• A crescente identidade das Igrejas locais
demanda teologias contextuais.
• Revisão do conceito de “cultura”: elaboração de
significados.
7. Razões teológicas
• A natureza encarnada do cristianismo. Deus
tanto amou o mundo que compartilhou sua
vida divina, fazendo-se carne (Jo 1,14; 3,16). O
filho de Deus se encarnou na natureza
humana em determinada etnia, gênero e
cultura.
• A lição da encarnação — fazer-se particular
para poder comunicar-se e dialogar — vale
como figura inspiradora para a teologia
contextualizada.
8. Razões teológicas
• Deus se revelou em Jesus na realidade
concreta humana. Por extensão, as coisas
ordinárias da existência humana passam a ser
transparência da presença de Deus.
• Assim, a cultura, a experiência humana, os
eventos históricos, os elementos centrais que
constituem os contextos tornam-se parte
integrante do processo de acolhida da
revelação de Deus em Jesus (Fé).
9. Razões teológicas
• Mudança do conceito de revelação: não uma
verdade imutável e fora do tempo, e sim como a
autocomunicação de Deus por meio de gestos e
palavras na história.
• Teologia: compreender e interpretar, na história,
a oferta divina que gera o diálogo salvífico.
• Noção relacional e interpessoal de revelação e
de fé: considera o contexto no qual homens e
mulheres experimentam a Deus e acolhem sua
Palavra.
10. Passos para elaboração de teologias
contextuais
Questões
novas ->
insatisfação
(Crítica)
Deconstrução
Elaboração
Teste Consolidação Transmutação