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ATIVIDADE ENZIMÁTICA EM POLPA DE FRUTOS DE MACAÚBA1
EM CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO A CAMPO2
3
CRISSIA FERNANDA TAPETI1
; SIMONE PALMA FAVARO2
; RÚBIA4
RENATA MARQUES3
5
6
INTRODUÇÃO7
A palmeira macaúba (Acromomia aculeata), pertencente à família Arecaceae,8
de ocorrência natural em diversas regiões brasileiras tem despertado interesse de9
exploração racional em virtude do aproveitamento de seus produtos e coprodutos na10
indústria alimentícia e produção de biodiesel. O interesse pela espécie como matéria11
prima para produção de biodiesel surgiu em função da alta porcentagem de óleo12
produzido por sua polpa e amêndoa, com produtividade entre 2 e 4,5 t ha-1
de óleo13
(ROSCOE et al., 2007).14
A etapa de pós-colheita do fruto é ainda muito pouco estudada e a extração do15
óleo é feita baseada em tecnologias adaptadas de outras oleaginosas. Pouco se conhece16
sobre a ação enzimática, que pode acarretar o aumento do teor de ácidos graxos livres17
(lipases) e reações oxidativas no óleo (peroxidases), resultando em baixa qualidade do18
óleo e prejudicando os processos industriais nos quais o óleo entra como insumo.19
Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade20
enzimática na polpa de frutos de macaúba em função do tempo de permanência no21
campo em coletores idealizados para sistema inovador de colheita.22
23
MATERIAL E MÉTODOS24
Frutos de macaúba foram coletados na Fazenda Paraíso, localizada no distrito25
de Itaum, município de Dourados no estado de Mato Grosso do Sul (“22°05’43.52’’S e26
55°20’53.26” O), no período de dezembro/2011 a janeiro/2012.27
Foram selecionadas ao acaso nove plantas nativas de macaúba para a retirada28
dos frutos maduros através da instalação de um sistema de captação e contenção de29
frutos. No intervalo de 24 h coletaram-se os frutos retidos no recipiente de30
armazenamento. Os frutos de todas as plantas foram misturados compondo-se uma31
amostra única. Sub-amostras de 40 frutos foram acondicionadas na parte de contenção32
1
Universidade Católica Dom Bosco – crissiafernanda.agro@gmail.com
2
Embrapa Agroenergia. Parque Estação Biológica - simone.favaro@embrapa.br
3
Universidade Católica Dom Bosco – agro@ucdb.br
1
do sistema coletor e mantidos nesta condição pelos tempos determinados neste estudo.33
Este procedimento foi efetuado buscando-se atenuar os efeitos da variabilidade34
fenotípica existente entre as plantas amostradas.35
Os frutos foram mantidos a -18 ºC até sua utilização. A polpa foi retirada36
manualmente com o auxílio de faca de aço. Para a obtenção dos extratos brutos dos37
ensaios de lipase e peroxidase realizou-se a pesagem de 1 g da polpa integral,38
adicionado de 20 mL de tampão Tris-HCl 0,1M pH 8,0M para as amostras de lípase e,39
Tris-HCl 0,1M pH 6,5 para as amostras de peroxidase, ambos mantidos sob baixa40
temperatura, com agitação por 30 segundos, filtração em gaze, centrifugação a 600041
rpm/ 10min e coleta do sobrenadante. Os extratos foram mantidos a -18 °C até sua42
utilização e atividade da lipase foi determinada segundo o protocolo descrito por43
Iaderoza e Baldini (1991) com modificações (FATIBELLO-FILHO e CRUZ, 2002).44
Para a determinação da atividade de peroxidase, foi adotado o método descrito por45
Fatibello-filho e Cruz (2002), medindo-se a variação de absorbância em 470 nm do46
tetraguaiacol formado na reação enzimática.47
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com nove48
repetições. Este estudo teve como variável independente o tempo de permanência dos49
frutos no coletor, 1, 6, 11, 16, 21, 26 e 31 dias. Os resultados obtidos foram submetidos50
à análise de regressão por meio do programa estatístico SISVAR.51
52
RESULTADOS E DISCUSSÃO53
Lipase e peroxidase apresentaram pico máximo de atividades nos frutos no54
período de retenção de seis dias no coletor (Figura 01). Após este tempo as atividades55
decresceram acompanhando o declínio da atividade de água (aw) (Figura 01). Observou-56
se elevada correlação entre atividade de lipase e aw (r=0,98, P < 0,05).57
A aw no sistema é um dos parâmetros de maior importância para a reação das58
enzimas (MAHADIK et al., 2002). Dependendo das condições, as lipases podem59
catalisar reações de síntese, como de esterificação, transesterificação (interesterificação,60
alcóolise e acidólise), aminólise (síntese de amidas) e lactonização (esterificação61
intramolecular), sendo a aw do meio reacional um dos fatores determinantes para o62
equilíbrio da reação no sentido direto (hidrólise) ou inverso (síntese) (SAXENA et al.,63
2003).64
2
y = -0,0154x + 1,0714 R² = 0,99**
0
0,2
0,4
0,6
0,8
1
1,2
1 6 11 16 21 26 31
Atividadedeágua(aw)
Tempo de permanência dos frutos no coletor (Dias)
y = 0,5894x3 - 31,126x2 + 313,34x + 3788,4
R² = 0,95**
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
5000
1 6 11 16 21 26 31
1Atividadeespecíficadaperoxidase
(U/mg)
Tempo de permanêmcia dos frutos no coletor (Dias)
y = 0,000068x3 -0,0031x2 - 0,0168x + 2,5794 R² = 0,94**
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
1 6 11 16 21 26 31
1Atividadeespecíficadalipase(U/mg) Tempo de permanência dos frutos no coletor (Dias)
65
Figura 01. Atividade de lipase, de água e de peroxidase em polpa de frutos de macaúba66
mantidos no campo em sistema coletor por diferentes períodos Itaum/MS67
dezembro/2011 e janeiro/2012. 1
uma unidade de lipase = quantidade de68
enzima que liberou 1 μmol de ácidos graxos por minuto e 2
uma unidade de69
peroxidase = 0,001 unidades de absorbância por minuto.70
71
Em estudo realizado por Wehtje et al. (1997), a atividade da lipase foi avaliada72
em meios orgânicos, mostrando que a atividade de água influenciou na velocidade das73
reações enzimáticas. O mesmo efeito foi observado por Borrmann et al. (2009). Estes74
autores, estudando grãos de soja sob condições de déficit hídrico, verificaram que a75
atividade de enzimas foi menor onde a aw encontrava-se na faixa de 0,6 e 0,7.76
O aumento inicial da atividade de peroxidase pode ter uma resposta a vários77
estresses bióticos e abióticos, sendo que a ação dessa enzima constitui uma proteção78
antioxidativa nas plantas. Em estudos realizados com frutos climatéricos e não79
climatéricos verificaram que a peroxidase mostrou aumento somente nos frutos80
climatéricos, isto é, aumento da atividade com o progresso da maturação e81
amadurecimento (FRENKEL, 1972). Sabe-se ainda que o grupo das peroxidases está82
relacionado com os processos de crescimento e diferenciação celular e mudanças83
morfogenéticas (SIEGEL, 1993).84
85
CONCLUSÃO86
A atividade enzimática aumentou até o sexto dia de permanência dos frutos no87
sistema de colheita, seguido de decréscimo ao longo do período de avaliação88
concomitante à redução da atividade de água.89
90
3
REFERÊNCIAS91
BORRMANN, D.; J, R. M.; SINNECKER, P.; GOMES, M. S. O.; CASTRO, I. A.;92
MARQUEZ, U. M. L (2009). Chemical and biochemical characterization of soybean93
produced under drought stress. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 29(3):676-681.94
FATIBELLO-FILHO, O. V.; CRUZ, I (2002). Uso analítico de tecidos e de extratos95
brutos vegetais como fonte enzimática. Química Nova, 25 (3): 455-464.96
FRENKEL, C. (1972). Involvement of peroxidase and indole-3-acetic acid oxidase97
isozymes from pear, tomato, and blueberry fruit ripening. Pl. Physiol., v. 49, p. 757-63.98
IADEROZA, M.; BALDINI, V. L. S. A (1991). Importância da análise enzímica em99
alimentos. In: IADEROZA, M; BALDINI, V. L. S. Enzimas e a qualidade de vegetais100
processados. Campinas: ITAL, 1991. (Manual Técnico).101
MAHADIK, N. D.; PUNTAMBEKAR, U. S.; BASTAWDE, K. B.; KHIRE, J. M.;102
GOKHALE, D. V (2002). Production of Acidic Lipase by Aspergillus niger in Solid103
State Fermentation. Process Biochemistry, 38: 715.104
ROSCOE, R.; RICHETTI, A.; MARANHO, E. (2007). Análise de viabilidade técnica105
de oleaginosas para produção de biodiesel em Mato Grosso do Sul. Revista Política106
Agrícola, 1:48 - 59.107
SAXENA, R. K.; DAVIDSON, W. S.; SHEORAN, A.; GIRI, B (2003). Purification108
and characterization of an alkaline thermostable lipase from Aspergillus109
carneus. Process Biochemistry, 39 (2):239-247.110
SIEGEL, B. Z (1993). Plant peroxidases: an organism perspective. Plant Growth111
Regulation, 12:303-312.112
WEHTJE, E.; ADLERCREUTZ, P(1997). Water activity and substrate concentration113
effects on lipase activity. Biotechnol Bioenh, 55(5):798-806.114
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Atividade enzimática em polpa de frutos de macaúba em função do tempo de permanência no campo em coletores crissia tapeti final

  • 1. ATIVIDADE ENZIMÁTICA EM POLPA DE FRUTOS DE MACAÚBA1 EM CONDIÇÕES DE ARMAZENAMENTO A CAMPO2 3 CRISSIA FERNANDA TAPETI1 ; SIMONE PALMA FAVARO2 ; RÚBIA4 RENATA MARQUES3 5 6 INTRODUÇÃO7 A palmeira macaúba (Acromomia aculeata), pertencente à família Arecaceae,8 de ocorrência natural em diversas regiões brasileiras tem despertado interesse de9 exploração racional em virtude do aproveitamento de seus produtos e coprodutos na10 indústria alimentícia e produção de biodiesel. O interesse pela espécie como matéria11 prima para produção de biodiesel surgiu em função da alta porcentagem de óleo12 produzido por sua polpa e amêndoa, com produtividade entre 2 e 4,5 t ha-1 de óleo13 (ROSCOE et al., 2007).14 A etapa de pós-colheita do fruto é ainda muito pouco estudada e a extração do15 óleo é feita baseada em tecnologias adaptadas de outras oleaginosas. Pouco se conhece16 sobre a ação enzimática, que pode acarretar o aumento do teor de ácidos graxos livres17 (lipases) e reações oxidativas no óleo (peroxidases), resultando em baixa qualidade do18 óleo e prejudicando os processos industriais nos quais o óleo entra como insumo.19 Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar a atividade20 enzimática na polpa de frutos de macaúba em função do tempo de permanência no21 campo em coletores idealizados para sistema inovador de colheita.22 23 MATERIAL E MÉTODOS24 Frutos de macaúba foram coletados na Fazenda Paraíso, localizada no distrito25 de Itaum, município de Dourados no estado de Mato Grosso do Sul (“22°05’43.52’’S e26 55°20’53.26” O), no período de dezembro/2011 a janeiro/2012.27 Foram selecionadas ao acaso nove plantas nativas de macaúba para a retirada28 dos frutos maduros através da instalação de um sistema de captação e contenção de29 frutos. No intervalo de 24 h coletaram-se os frutos retidos no recipiente de30 armazenamento. Os frutos de todas as plantas foram misturados compondo-se uma31 amostra única. Sub-amostras de 40 frutos foram acondicionadas na parte de contenção32 1 Universidade Católica Dom Bosco – crissiafernanda.agro@gmail.com 2 Embrapa Agroenergia. Parque Estação Biológica - simone.favaro@embrapa.br 3 Universidade Católica Dom Bosco – agro@ucdb.br 1
  • 2. do sistema coletor e mantidos nesta condição pelos tempos determinados neste estudo.33 Este procedimento foi efetuado buscando-se atenuar os efeitos da variabilidade34 fenotípica existente entre as plantas amostradas.35 Os frutos foram mantidos a -18 ºC até sua utilização. A polpa foi retirada36 manualmente com o auxílio de faca de aço. Para a obtenção dos extratos brutos dos37 ensaios de lipase e peroxidase realizou-se a pesagem de 1 g da polpa integral,38 adicionado de 20 mL de tampão Tris-HCl 0,1M pH 8,0M para as amostras de lípase e,39 Tris-HCl 0,1M pH 6,5 para as amostras de peroxidase, ambos mantidos sob baixa40 temperatura, com agitação por 30 segundos, filtração em gaze, centrifugação a 600041 rpm/ 10min e coleta do sobrenadante. Os extratos foram mantidos a -18 °C até sua42 utilização e atividade da lipase foi determinada segundo o protocolo descrito por43 Iaderoza e Baldini (1991) com modificações (FATIBELLO-FILHO e CRUZ, 2002).44 Para a determinação da atividade de peroxidase, foi adotado o método descrito por45 Fatibello-filho e Cruz (2002), medindo-se a variação de absorbância em 470 nm do46 tetraguaiacol formado na reação enzimática.47 O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com nove48 repetições. Este estudo teve como variável independente o tempo de permanência dos49 frutos no coletor, 1, 6, 11, 16, 21, 26 e 31 dias. Os resultados obtidos foram submetidos50 à análise de regressão por meio do programa estatístico SISVAR.51 52 RESULTADOS E DISCUSSÃO53 Lipase e peroxidase apresentaram pico máximo de atividades nos frutos no54 período de retenção de seis dias no coletor (Figura 01). Após este tempo as atividades55 decresceram acompanhando o declínio da atividade de água (aw) (Figura 01). Observou-56 se elevada correlação entre atividade de lipase e aw (r=0,98, P < 0,05).57 A aw no sistema é um dos parâmetros de maior importância para a reação das58 enzimas (MAHADIK et al., 2002). Dependendo das condições, as lipases podem59 catalisar reações de síntese, como de esterificação, transesterificação (interesterificação,60 alcóolise e acidólise), aminólise (síntese de amidas) e lactonização (esterificação61 intramolecular), sendo a aw do meio reacional um dos fatores determinantes para o62 equilíbrio da reação no sentido direto (hidrólise) ou inverso (síntese) (SAXENA et al.,63 2003).64 2
  • 3. y = -0,0154x + 1,0714 R² = 0,99** 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1 6 11 16 21 26 31 Atividadedeágua(aw) Tempo de permanência dos frutos no coletor (Dias) y = 0,5894x3 - 31,126x2 + 313,34x + 3788,4 R² = 0,95** 0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000 4500 5000 1 6 11 16 21 26 31 1Atividadeespecíficadaperoxidase (U/mg) Tempo de permanêmcia dos frutos no coletor (Dias) y = 0,000068x3 -0,0031x2 - 0,0168x + 2,5794 R² = 0,94** 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 1 6 11 16 21 26 31 1Atividadeespecíficadalipase(U/mg) Tempo de permanência dos frutos no coletor (Dias) 65 Figura 01. Atividade de lipase, de água e de peroxidase em polpa de frutos de macaúba66 mantidos no campo em sistema coletor por diferentes períodos Itaum/MS67 dezembro/2011 e janeiro/2012. 1 uma unidade de lipase = quantidade de68 enzima que liberou 1 μmol de ácidos graxos por minuto e 2 uma unidade de69 peroxidase = 0,001 unidades de absorbância por minuto.70 71 Em estudo realizado por Wehtje et al. (1997), a atividade da lipase foi avaliada72 em meios orgânicos, mostrando que a atividade de água influenciou na velocidade das73 reações enzimáticas. O mesmo efeito foi observado por Borrmann et al. (2009). Estes74 autores, estudando grãos de soja sob condições de déficit hídrico, verificaram que a75 atividade de enzimas foi menor onde a aw encontrava-se na faixa de 0,6 e 0,7.76 O aumento inicial da atividade de peroxidase pode ter uma resposta a vários77 estresses bióticos e abióticos, sendo que a ação dessa enzima constitui uma proteção78 antioxidativa nas plantas. Em estudos realizados com frutos climatéricos e não79 climatéricos verificaram que a peroxidase mostrou aumento somente nos frutos80 climatéricos, isto é, aumento da atividade com o progresso da maturação e81 amadurecimento (FRENKEL, 1972). Sabe-se ainda que o grupo das peroxidases está82 relacionado com os processos de crescimento e diferenciação celular e mudanças83 morfogenéticas (SIEGEL, 1993).84 85 CONCLUSÃO86 A atividade enzimática aumentou até o sexto dia de permanência dos frutos no87 sistema de colheita, seguido de decréscimo ao longo do período de avaliação88 concomitante à redução da atividade de água.89 90 3
  • 4. REFERÊNCIAS91 BORRMANN, D.; J, R. M.; SINNECKER, P.; GOMES, M. S. O.; CASTRO, I. A.;92 MARQUEZ, U. M. L (2009). Chemical and biochemical characterization of soybean93 produced under drought stress. Ciênc. Tecnol. Aliment., Campinas, 29(3):676-681.94 FATIBELLO-FILHO, O. V.; CRUZ, I (2002). Uso analítico de tecidos e de extratos95 brutos vegetais como fonte enzimática. Química Nova, 25 (3): 455-464.96 FRENKEL, C. (1972). Involvement of peroxidase and indole-3-acetic acid oxidase97 isozymes from pear, tomato, and blueberry fruit ripening. Pl. Physiol., v. 49, p. 757-63.98 IADEROZA, M.; BALDINI, V. L. S. A (1991). Importância da análise enzímica em99 alimentos. In: IADEROZA, M; BALDINI, V. L. S. Enzimas e a qualidade de vegetais100 processados. Campinas: ITAL, 1991. (Manual Técnico).101 MAHADIK, N. D.; PUNTAMBEKAR, U. S.; BASTAWDE, K. B.; KHIRE, J. M.;102 GOKHALE, D. V (2002). Production of Acidic Lipase by Aspergillus niger in Solid103 State Fermentation. Process Biochemistry, 38: 715.104 ROSCOE, R.; RICHETTI, A.; MARANHO, E. (2007). Análise de viabilidade técnica105 de oleaginosas para produção de biodiesel em Mato Grosso do Sul. Revista Política106 Agrícola, 1:48 - 59.107 SAXENA, R. K.; DAVIDSON, W. S.; SHEORAN, A.; GIRI, B (2003). Purification108 and characterization of an alkaline thermostable lipase from Aspergillus109 carneus. Process Biochemistry, 39 (2):239-247.110 SIEGEL, B. Z (1993). Plant peroxidases: an organism perspective. Plant Growth111 Regulation, 12:303-312.112 WEHTJE, E.; ADLERCREUTZ, P(1997). Water activity and substrate concentration113 effects on lipase activity. Biotechnol Bioenh, 55(5):798-806.114 4