1. O documento discute práticas docentes contemporâneas em ambientes online, abordando teorias de aprendizagem, processos de formação docente e educação aberta. 2. Analisa contribuições das teorias de aprendizagem para o design instrucional de cursos online e processos de formação docente em ambientes formais e não formais. 3. Discutem como a educação aberta e recursos educacionais abertos contribuem para a docência online, ilustrando com exemplos de MOOCs.

1. Docência Online e seus
Processos de Formação
Contemporâneos
Alice Maria Figueira Reis da Costa
Aluna do curso de especialização em Educação Tecnológica do
CEFET/RJ
Prof. Dr. Lourival Passos Moreira
Orientador da monografia para obtenção de título de especialista
em Educação Tecnológica

2. Objetivo
Pesquisar as práticas docentes
contemporâneas, sem desconsiderar as
abordagens pedagógicas já estabelecidas,
mas, sobretudo, problematizar as situações de
ensino/aprendizagem que já estão no campo
educacional e, demandam pesquisas
qualitativas, que intencionam a cocriação de
etnométodos em relação ao fazer pedagógico.

3. Questões norteadoras
1. Quais são as contribuições das teorias de
aprendizagem para o design didático de cursos
online?
2. Quais são os principais processos contemporâneos
de qualificação docente em ambientes online, formais
e não formais?
3. Como a Educação Aberta (EA) e os recursos
educacionais abertos (REAs) têm contribuído no
exercício da docência online?

4. Justificativa
O uso das “tecnologias de conexão móvel e, com isso, a
instituição de novas práticas culturais na cibercultura”
(SANTOS, 2014)
“os nativos docentes” não conseguem perceber o quanto
já são digitais e, por isso, apresentam demandas mal
formuladas de qualificação, para se tornarem digitais, e
convivem com dois grandes receios: o de uma educação
o tempo todo digital e o dos “nativos discentes” vistos
como sendo “naturalmente digitais” (SOBREIRA, 2012)

5. Referencial Teórico
“sujeito e objeto da formação” (NÓVOA, 2004) ao se
apropriar do aprender como possibilidade de “construir,
reconstruir, constatar para mudar, o que não se faz sem
abertura ao risco e à aventura do espírito” (FREIRE, 1996);
“epistemologia da multirreferencialidade” (ARDOINO,
1998; MACEDO, BARBOSA, BORBA, 2012);
“TICs são processos a serem desenvolvidos” (CASTELLS,
1999);

6. Metodologia
Pesquisa qualitativa bibliográfica, de cunho
exploratório, orientada pela epistemologia da
multirreferencialidade, e inserida na linha do
cotidiano escolar, buscou-se desenvolver uma
reflexão crítica sobre as implicações das
práticas docentes contemporâneas no
processo de ensino-aprendizagem.

7. Dispositivos de Pesquisa
Observação participante (MACEDO, 2000) dos
cursos oferecidos no modelo educacional dos
Massive Open Online Course (MOOCs) e o
acompanhamento das “interfaces online”
(SANTOS, 2002) como fonte de coleta de
informação e fundamentação empírica.

8. Estrutura do Trabalho
Capítulo 1 - Uma revisão das mudanças
sociotécnicas culturais
Capítulo 2 - Processos contemporâneos de
qualificação docente, formal e não formal
Capítulo 3 - Educação Aberta e a docência
online

9. Educação Aberta
Fomentar (ou ter a disposição) por meio de práticas,
recursos e ambientes abertos, variadas
configurações de ensino e aprendizagem, mesmo
quando essas aparentam redundância,
reconhecendo a pluralidade de contextos e as
possibilidades educacionais para o aprendizado ao
longo da vida (AMIEL, 2012, p. 19).

10. Educação Aberta
A ampla participação no processo de aprendizagem, a
construção e troca de recursos educacionais de alta
qualidade, as tecnologias educacionais para
aprendizagem colaborativa, a incentivar comunidades
abertas de aprendizagem e ao acesso, reuso, remix,
destes recursos de acordo com creative commons, aonde
as pessoas podem aproveitar o material, reconstruir
sempre indicando as referências e autorias (OKADA,
2008)

11. Uma Revisão das Mudanças
Sociotécnicas Culturais
1.A evolução das mídias e os processos de
comunicação
2.As contribuições das teorias de
aprendizagem na construção do design
didático de cursos online

12. Propriedade
Teoria
Behaviorismo Cognitivismo Construtivismo
Social
Conectivismo
Autores-chave Skinner Piaget Vygotsky Siemens, Downes
Conceitos-
chave
A mente como
“caixa negra”
Adaptação
(assimilação+acomodação),
organização, esquemas, equilibração,
desenvolvimento, memória de curto
prazo, memória de longo prazo
Negociação social, Zona de
Desenvolvimento Proximal
Rede de Conhecimento, nodos de
conhecimento
Como é que a
aprendizagem
ocorre?
Mudança observável do
comportamento
Integração e modificação das estruturas
internas, etápico-sequencial
Passagem do nível de
desenvolvimento atual para
o desenvolvimento próximo,
social.
Distribuída dentro de uma rede,
social, melhorado pela tecnologia,
estabelecimento de conexões,
reconhecimento e interpretação
de padrões
Fatores influentes Natureza da recompensa,
punição, estímulos
Esquema existente, experiências
prévias
Envolvimento, participação,
social, cultural
Diversidade da rede, força dos
laços
Papel da memória Interiorização de
experiências repetidas
Codificação, armazenamento,
recuperação
Padrões adaptativos,
representativo do estado
corrente, existente em redes
Como ocorre a
transferência de
conhecimento
Estímulo-resposta, reforço Duplicação dos constructos do
conhecimento pelo conhecedor
Conexão com (estabelecimento e
adição) de nodos/ligações
(Tipos de
aprendizagem a
que se adapta
Aprendizagem baseada
em tarefas
Raciocínio, com objectivos claros,
resolução de problemas
Social, vaga (mal definida) Aprendizagem complexa,
diversas fontes de conhecimento,
núcleo em mudança rápida
Papel do
aprendente
Aquisição do saber Internalização do saber Co-construção do Saber Construtor do conhecimento em
rede

13. Teoria Sociointeracionista
Vygotky que fundamenta práticas mais dialógicas, onde a
presença do outro é fundamental na construção do
conhecimento

14. Conectivismo
“connectivism is the thesis that knowledge is distributed
across a network of connections, and therefore that
learning consists of the ability to construct and traverse
those networks” Stephen Downes (2007)
“O conectivismo é a tese de que o conhecimento é
distribuído através de uma rede de conexões e, portanto,
que a aprendizagem consiste na capacidade de construir e
percorrer essas redes” [tradução livre].

15. Processos Contemporâneos de
Qualificação Docente, Formal e Não Formal
1.Educação a Distância Online (EAD Online)
em foco
2.Educação Online
3.Massive Open Online Course (MOOCs)

16. Educação Online
Como fenômeno advindo da Cibercultura, a Educação Online se difere
da pedagogia da transmissão de cursos da EAD Online, concebendo,
inclusive a possibilidade de abrir seu conteúdo no ciberespaço, através
da adoção de softwares livres e abertos, promover a construção do
conhecimento de forma colaborativa, a partir das trocas de
informações e conhecimentos entre os residentes do ciberespaço.
Pensar Educação Online é pensar em hipertexto, pois este nos permite
sair da lógica comunicacional unívoca (um-todos) e ir para uma lógica
bidirecional, ou seja, todos-todos.

17. Design Didático da Educação Online
Sintonizado com nossa atualidade sociotécnica, o desenho didático
apresentase como rede e não como rota. Ele define um conjunto de
territórios a explorar. Não oferece uma história a ouvir, mas um
conjunto intrincado, labiríntico, hipertextual de territórios abertos à
navegação e dispostos a interferências, a modificações. Dispõe
entrelaçados os fios da teia como múltiplos percursos para conexões e
expressões com os quais o docente e os cursistas possam contar no
ato de manipular as informa- ções e construir o conhecimento. O
desafio é provocar o aprendente a contribuir com novas informações e
a criar e oferecer mais e melhores provocações à turma, participando
como co-autor do processo de comunicação e de aprendizagem
(SANTOS, 2005; 2009)

18. Hipertexto
No ambiente online, os sites hipertextuais supõem: a)
intertextualidade: conexões com outros sites ou
documentos; b) intratextualidade: conexões com o mesmo
documento; c) multivocalidade: agregar multiplicidade de
pontos de vistas; d) navegabilidade: ambiente simples e de
fácil acesso e transparência nas informações; e) mixagem:
integração d e várias linguagens: sons, texto, imagens
dinâmicas e estáticas, gráficos, mapas; f) multimídia:
integração de vários suportes midiáticos (SANTOS, 2003,
p.225).

19. Avaliação na Educação Online
a avaliação, portanto, torna-se um ato dinâmico,
abrangente, que exige clareza entre o que é esperado do
aluno e coerência com a realidade deste e os objetivos
educacionais, criando uma sinergia social a qual temos de
buscar interpretar mediante a teoria de Vygotsky, que teve
como base o desenvolvimento do indivíduo como resultado
de um processo sócio-histórico, enfatizando o papel da
linguagem e da aprendizagem nesse desenvolvimento
(MARTINS, 2006).

20. Docência Online

21. Massive Open Oline Course (MOOC)
Para Cormier (2010 apud ALBUQUERQUE, 2013), MOOC é um
curso aberto participativo e distribuído, idealizado para apoiar a
aprendizagem em rede ao longo da vida. Se trata de um evento que
reúne um contingente massivo de pessoas interessadas em discutir
um tema em comum de forma estruturada, por isto, a denominação de
curso.
Na concepção de Inuzuka e Duarte (2012, p. 193), “O MOOC é um
tipo de curso baseado na teoria de aprendizagem Conectivista, na qual
não há limites de participantes, restrições de participação ou pré-
requisitos, e que utiliza Recursos Educacionais Abertos (REA)”.

22. cMOOCs x xMOOCs
Quadro comparativo de xMOOCs e cMOOCs por José Mota (2012)

23. Educação Aberta e a Docência Online
1. Aprendizagem Aberta e Recursos Educacionais Abertos (REAs)
2. Formação Continuada Online com ilustração de alguns casos de
MOOCs
1. MOOC EaD
2. CCK08
3. ECOiMOOC
4. Introdução a Educação Aberta (EA) e Recursos Educacionais
Abertos (REAs)
3. Interfaces de Comunicação e Estabelecimento de Redes de
Colaboração e de Participação em Ambientes Online

24. MOOC EaD

25. ECOiMOOC

26. ECOiMOOC

27. Connectivism and Connective Knowledge -
CCK08 MOOC

28. Introdução a Educação Aberta (EA) e
Recursos Educacionais Abertos (REAs)

29. Considerações Finais
Essa pesquisa permitiu tecer um mapeamento e breve análise das
práticas pedagógicas existentes no contexto de emergência do
fenômeno da cibercultura, desde a Web 1.0 (início da cibercultura) até
sua fase atual ‘cibercultura móvel e ubíqua’.
Os diálogos sobre e com as práticas educacionais foram possíveis a
partir das vivências com interlocutores em cursos de formação
continuada, sob as três abordagens teórico-metodológicas: EAD
Online, Educação Online e MOOCs.

30. Considerações Finais
Em geral, essas abordagens carregam em si compreensões de uma
episteme educacional repleta de políticas de sentido da educação
mediada em ambientes online e situadas historicamente.
A ampliação dos espaços-tempos da formação do professor-
intelectual-pesquisador-gestor contemporâneo requer uma reflexão
pedagógica sobre as linguagens produzidas na e pela cibercultura e
dos artefatos técnico-culturais, considerando como Santos (2011) que
estes “ampliam e potencializam a nossa capacidade de memória,
armazenamento, processamento de informações e conhecimentos, e,
sobretudo, de comunicação”.

31. Referências
CASTELLS, Manuel. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra,
1999 (2007).
MACEDO, Roberto Sidnei; BARBOSA, Joaquim Gonçalves; BORBA,
Sérgio (orgs.). Jacques Ardoino & a formação. Belo Horizonte:
Autêntica Editora, 2012. - Coleção Pensadores & Educação.
ARDOINO, J. Abordagem multirreferencial (plural) das situações
educativas e formativas. In: BARBOSA, J. (org.).
Multirreferencialidade nas ciências e na educação. São Carlos:
EdUFSCar, 1998, p. 24-41.
NÓVOA, António. Prefácio. In: JOSSO, Marie-Christine. Experiências
de vida e formação. Tradução José Claudino e Julia Ferreira. São
Paulo: Cortez, 2004.

32. Referências
SANTOS, Edméa. O. . Pesquisa-formação na cibercultura. 1. ed.
Santo Tirso: Whitebooks, 2014. v. 1. 202p.
SOBREIRA, Henrique. Apontamentos sobre práticas educativas e
experiências estéticas em tempos de cultura digital. Revista
Educação Online/PUC-Rio, n. 11, 2012. Disponível em:
<http://www.maxwell.lambda.ele.puc-
rio.br/rev_edu_online.php?strSecao=input0>. Acesso em 17 jul. 2013.