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OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO E A PRESERVAÇÃO DO SABER
LOCAL EM PORTO DA MANGA
Luis Augusto da Cruz Akasaki (Universidade Católica Dom Bosco)
gu.akasaki04@gmail.com
Thaiany Regina da Silva (Universidade Católica Dom Bosco)
thaianyregina@gmail.com
A comunicação é o principal pilar da sociedade contemporânea, ou seja, é a base de
todo e qualquer indivíduo que vive coletivamente. Além disso, é uma das principais
ferramentas organizacionais e administrativas do modelo social aplicado atualmente,
tornando-se essencial para o desenvolvimento intelectual, econômico e social em diversas
perspectivas. No entanto, se não é conduzida de forma sustentável – proporcionando aos
habitantes o conhecimento e também a capacidade de utilização das ferramentas
comunicacionais – pode extinguir características locais que vem sendo mantidas há anos em
comunidades tradicionais, por exemplo, nas regiões pantaneiras, acostumadas a viver
isoladamente. É o caso de Porto da Manga, localizada a 60 km do município de Corumbá,
Mato Grosso do Sul (MS), situada à margem direita do rio Paraguai, que segundo Alho
(2005), possui uma extensão de 2.621km de extensão (sendo 1.683km em território brasileiro)
e suas nascentes localiza-se na Serra do Tapirapuã, na Chapada dos Parecis, no Estado de
Mato Grosso (MT).
Porto da Manga surgiu com a migração dos moradores de duas cidades próximas:
Corumbá e Ladário, segundo Rodrigues (2008, p. 22), “que enfrentavam o problema da falta
de oportunidade de trabalho nessas cidades”. Hoje a comunidade continua com a antiga
travessia de balsa a rebocador que conduz veículos e passageiros ao cruzar o Rio Paraguai.
Além de ser um importante ponto turístico, devido à pesca e à exuberância das belezas
naturais da região, onde o principal acesso até a localidade é feito através da Estrada Parque
Pantanal (EPP), possui grande relevância devido à história, a sua beleza e as características
naturais, destacando-se por sua vegetação, mas principalmente pela quantidade e variedade de
animais que vivem em plena harmonia ao longo de seu trecho.
Contudo, apesar do conhecimento tradicional e das riquezas da fauna e flora, a
comunidade sofre com os impactos e a desvalorização de seu território e de todo o
2
conhecimento de seus antepassados, características que costumavam gerar grandes
expectativas a cada viajante – conhecidos como desbravadores – que passavam por ali e
compartilhavam de suas histórias e experiências com os povos da região, agregando cada vez
mais ao conhecimento local.
Marechal Cândido Rondon é o mais conhecido aventureiro e desbravador da região,
ele percorreu as terras de Corumbá e o caminho natural constituído pelo rio Paraguai no início
de 1900. Segundo Banducci Jr. (2003), Marechal Rondon e sua comissão empenharam-se em
expandir a rede telegráfica nacional com o objetivo de permitir o avanço da República aos
sertões inóspitos, habitados por “populações arredias” e servir como elemento alavancador do
progresso no interior do país. Tornando evidente que comissões como essa, além de levarem o
desenvolvimento cultural, a ferrovia e o telégrafo eram também criadoras de terras, pois
produziam valor para o espaço, tornando as áreas mais rentáveis e comercializáveis, sendo
anteriormente apenas espaços vazios e improdutivos.
Esses fatores que representam os esforços destes homens para promoverem o
desbravamento e a ocupação dos limites extremos, juntamente com a disseminação do
conhecimento e do desenvolvimento para o interior do país, através da linha telegráfica.
Ainda hoje é possível ver na comunidade do Porto da Manga o antigo posto telegráfico
instalado pela Comissão Rondon, que atualmente encontra-se desativado, mas que mantém
sua arquitetura típica – feita sobre uma estrutura de estacas de madeira, popularmente
conhecida como palafita – para evitar que durante os períodos de cheias a água não atinja o
interior da casa.
Partindo do princípio que a informação é a mais poderosa ferramenta de
transformação, com uma capacidade ilimitada de atuar no universo cultural da sociedade,
consideram-se excluídos os grupos sociais que não vivem na realidade tecnológica da
sociedade pós-moderna e esta condição de exclusão acarreta uma série de ajustes
socioculturais. Porto da Manga está situada em uma faixa transitória e com importantes
aspectos ambientais, tradicionais e de grande relevância histórica. De acordo com o Estudo de
Desenvolvimento Integrado da Bacia do Alto Paraguai, em 1974, o Governo Federal, com
base nos estudos referidos, instituiu o Programa Especial de Desenvolvimento do Pantanal
(PRODEPAN), destinando recursos para investimentos em projetos de transporte,
saneamento, energia, desenvolvimento da pecuária e industrialização e pouco depois – na
década de 80 – houve uma ascensão no turismo de pesca no Pantanal.
3
Segundo Banducci Jr. (2006), essa ação desencadeou uma demanda maior de iscas
vivas para a pesca, o que contribuiu para o surgimento de uma nova frente de trabalho, até
então pouco explorada comercialmente na região, e com isso muitos moradores optaram por
permanecerem na comunidade concretizando um novo espaço diante da economia local e
tornando-se tradicional centenária. Todavia, o fortalecimento econômico só passa a ganhar
destaque a partir da década de 80, mas que acabou sofreu um retrocesso em seu
desenvolvimento social, organizacional, assistencial e, consequentemente, tornando-se uma
comunidade esquecida pelos poderes públicos, que deixaram de assistir as pessoas que
habitam a região.
Durante as últimas décadas Porto da Manga se viu obrigada a adaptar-se ao
isolamento, após cair no esquecimento social, porém, ao longo de sua criação comunitária,
houve uma valorização do conhecimento tradicional e respeito hierárquico. Estas
características são fundamentais para a permanência e continuidade de um povo, pois é
através dos princípios de respeito, não só ao ambiente em que estão inseridos, mas também
aos conhecimentos e inovações práticas transmitidas oralmente, que ressaltam e constroem o
saber tradicional e suas inúmeras peculiaridades.
É um saber alicerçado na vivência dos indivíduos, nas relações pessoais, sociais e
também com o ambiente. Pode-se afirmar que o conhecimento tradicional é fruto do trabalho
e das descobertas de um grupo, o que justifica sua riqueza e diversidade. Amorozo (1996)
acredita que toda sociedade humana acumula um acervo de informações sobre o ambiente que
a cerca, que vai lhe possibilitar interagir com ele para prover suas necessidades de
sobrevivência. Neste acervo, inscreve-se o conhecimento relativo ao mundo vegetal com
quais estas sociedades estão em contato.
Na sociologia o termo comunidade pode ser compreendido como um conjunto de
pessoas que possuem interesses mútuos e que vivem no mesmo local, organizando-se em um
conjunto de normas e que compartilham experiências culturais. É um organismo social e
cultural que ultrapassa as características dos próprios indivíduos que a constituem em prol da
coletividade. Para Hall (2004) a questão da identidade é extensamente discutida na teoria
social da contemporaneidade, pois nunca a essência humana, já que as velhas identidades que
estabilizaram o mundo social por tanto tempo, estão em declínio. Isso fez com que surgissem
novas identidades e acabaram fragmentando o indivíduo moderno, que até então era visto
como um sujeito unificado.
4
A assim chamada “crise de identidade” é vista como parte de um
processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e
processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de
referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social
(HALL, 2004, p. 7.).
Tendo em vista essa situação da era pós-moderna que reflete na perca da identidade
cultural e instabilidade social, citada por Hall (2004), é possível perceber que a comunidade
do Porto da Manga estagnou no processo evolutivo global, tornando-se cada vez mais
esquecida e excluída no contexto globalizado. Apesar do conceito de comunidade ser
considerado por muito teóricos uma rotulação, ou melhor, uma construção mental, os
indivíduos que permanecem nela ou já se ausentaram – por motivos de morte ou até mesmo
deslocamento – adquiriram e deveriam transmitir suas referências culturais aos demais, a fim
de estabelecer um legado que seguirá pelas gerações através da oralidade.
Entretanto, essa continuidade cultural no Porto da Manga está ameaçada. Os
moradores que vivem nessa comunidade tradicional tendem a explorarem os recursos que lhes
são oferecidos espontaneamente dentro dos padrões de recuperação natural, evidenciando o
respeito aos ciclos de produção e a existência do manejo adequado dos recursos naturais.
Essas formas de exploração se revelam não somente economicamente viáveis, mas
principalmente são detentoras de conhecimentos herdados de seus antepassados, agregando
valores sustentáveis e também de conservação do meio ambiente e que devem ser mantidos às
novas gerações.
Por meio do decreto 6.040/2007, a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável
dos Povos e Comunidades Tradicionais traz a definição dessas comunidades como “grupos
culturalmente diferenciados que se reconhecem como tais, com suas formas próprias de
organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua
reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando-se de conhecimentos,
inovações e práticas geradas e transmitidas pela tradição.
Uma grande dependência dos recursos naturais, acabando por se obter um
profundo conhecimento dos ciclos biológicos e dos recursos naturais,
tecnologias patrimoniais, simbologias, mitos e uma linguagem específica,
com sotaques e inúmeras palavras de origem ameríndia, constituindo-se
como populações de determinados conhecimentos específicos, e por assim
dizer, tradicionais (FERREIRA, et. al. 2007, p. 15).
5
Segundo Ferreira (2007), com base no exposto acima, que o processo de sociabilidade
das relações sociais no desenvolvimento e constituição das comunidades tradicionais se
constrói. Além de reportar também sobre a importância da garantia, do reconhecimento,
valorização e permanência desses grupos em seus territórios. Um local onde realizam suas
expressões socioambientais, econômicas e culturais, sendo uma maneira de fazer com que a
cultura e o conhecimento local permaneçam vivos e sejam compartilhados por gerações.
Levando em consideração o conhecimento necessário sobre a relevância
comunicacional no século XXI, a velocidade e a abrangência, juntamente com a interatividade
inseridas no meio tradicional e principalmente no digital, os avanços tecnológicos interferem
diretamente na sociedade pós-moderna na qual pertencemos. E as comunidades isoladas
devem utilizar a comunicação como uma ferramenta para conquistarem melhorias sociais e
agregarem valor ao conhecimento que vem se formando no decorrer das gerações, juntamente
com a disseminação de sua cultura e do saber local.
Através da aproximação social, através da coleta de dados e conversas informais,
percebemos que a comunidade pantaneira sofreu transformações na sua condição social e na
transmissão de suas histórias. Conforme dito anteriormente, vivemos em uma sociedade
globalizada e pós-moderna - digitalizada - sendo as principais características o imediatismo,
em velocidade cada vez mais elevada, a produção de conteúdos em massa e a utilização de
plataformas bastante diversificadas para propagação das informações.
A principal tendência neste domínio é a digitalização, que atinge todas as
técnicas de comunicação e de processamento de informações. Ao progredir,
a digitalização conecta no centro de um mesmo tecido eletrônico o cinema, a
radiotelevisão, o jornalismo, a edição, a música, as telecomunicações e a
informática. [...] Eis por que a noção de interface pode ser estendida ao
domínio da comunicação como um todo e deve ser pensada hoje em toda sua
generalidade (LEVY, 2004, p.102).
Uma breve análise do trecho citado anteriormente demonstra que o formato digital
possibilita a integração entre as mídias e possibilita aos usuários comuns, e também aos
profissionais, novas experiências de comunicação. Entende-se que a Internet é o resultado do
capitalismo tardio e resultam novos modos de consumo (JAMESON, 2000) – incluindo a
informação e cultura – no entanto, ela não deve ser vista como uma inimiga e sim uma
consequência do desenvolvimento.
6
A sociedade contemporânea vive a Terceira Idade da Máquina, na qual o seu maior
símbolo são os computadores. Consequentemente, o desenvolvimento tecnológico, as formas
de consumo e produção – comercial, cultural e a informação –, juntamente com o
desenvolvimento do capitalismo aderiu a um padrão globalizado e imediatista (JAMESON,
2000).
No entanto, observa-se que a comunidade do Porto da Manga não acompanhou esse
processo de desenvolvimento globalizado e, portanto, enfrenta sérios problemas para absorver
e propagar informações de uma maneira que não prejudique a sua própria cultura. Os
mecanismos que ainda garantem alguma obtenção de conteúdos são o rádio e a televisão -
consideradas mídias tradicionais -, os turistas que chegam na região e os habitantes que se
deslocam para cidades próximas - buscando por produtos, educação e atendimento médico - e
retornam para comunidade em curto ou longo prazo. Partindo da fundamentação do
jornalismo, que inclui o compromisso social, a ética, a veracidade e a credibilidade,
observamos que esse êxodo dos moradores, as interferências do turismo na região e a
utilização inadequada dos meios de comunicação estão prejudicando a cultura local e não
agregando o valor necessário.
Os padrões de consumo e imediatismo estabelecidos na Terceira Idade da Máquina,
que para os moradores são apresentados através das mídias tradicionais, continuam não se
adequando as condições reais nas quais eles vivem e acabam ocasionando um verdadeiro
“choque cultural”. Deste modo, ao invés de possibilitarem novas experiências de
comunicação - que consistem no intercâmbio de conhecimento e produção de conteúdos -,
acabam ocasionando uma espécie de sufocamento da cultura local e absorção da cultura
globalizada. Aspecto observado principalmente na oralidade - na qual os anciões ou líderes
mais antigos repassam lendas, histórias e saberes locais aos mais jovens para que esse
conhecimento siga entre as gerações - que aos poucos é sufocada pelas músicas de sucesso e
pelas novelas que repassam o estilo de vida dos grandes centros urbanos.
OBJETIVO
Este trabalho visa analisar as mudanças na vida cotidiana dos moradores de Porto da
Manga, a partir das influências externas vivenciadas, considerando que a comunidade já foi
um grande potencial econômico, adaptou-se ao isolamento após cair no esquecimento social e
atualmente, corre o risco de extinção cultural. Ou seja, o saber local adquirido ao longo de
7
décadas está com sua preservação ameaçada. Um dos fatores desta problemática, enfrentada
pelos habitantes da região, está diretamente relacionada com a comunicação, uma vez que no
passado este mesmo recurso foi considerado um importante mecanismo para o progresso no
local. É importante destacar que o processo de desenvolvimento tornou-se obsoleto no mesmo
período em que os investimentos comunicacionais deixaram de serem realizados na região.
METODOLOGIA
O principal recurso utilizado na caracterização da pesquisa e no desenvolvimento do
trabalho, além dos referenciais teóricos, foi a entrevista. Foram entrevistados oito moradores
que residem na região a mais de trinta anos e para elaboração do roteiro de perguntas foram
estabelecidos diálogos com pesquisadores que já atuaram na comunidade, com a finalidade de
aproximação da realidade local e interpretá-la com base nas técnicas jornalísticas de apuração
e reportagem.
A entrevista, nas suas diferentes aplicações, é uma técnica de interação
social, de interpenetração informativa, quebrando assim isolamentos grupais,
individuais, sociais; pode também servir à pluralização de vozes e à
distribuição democrática da informação. Em todos estes ou outros usos das
Ciências Humanas, constitui sempre um meio cujo fim é o inter-
relacionamento humano (MEDINA, 2001, p.8).
Utilizando a entrevista de forma qualitativa houve a possibilidade de coletar
informações básicas como: nomes, datas de nascimento, profissões, estado civil, há quanto
tempo os moradores habitam a região, se possuem filhos e ao longo de um questionário
impresso – que também contou com o auxílio de um gravador digital– obtivemos registros
informais. Logo, a condição de informalidade nos permitiu conhecer o aspecto turístico da
comunidade pantaneira, juntamente com os principais aspectos da realidade local e
humanizar, através de um livro-reportagem, as histórias de vida de seus habitantes e a
oralidade presente na cultura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Como resultado o trabalho geriu um resgate histórico da região, ressaltando a
importância do saber local para manutenção da cultura ribeirinha pantaneira e a ligação do
homem com o meio ambiente, onde a participação ativa dos moradores em seu
desenvolvimento é essencial para a sustentabilidade da comunidade. Destacando que a
8
comunicação na pós-modernidade é um processo extremamente globalizado e que ao mesmo
tempo, é capaz de excluir duramente aqueles que não se enquadram em seus requisitos.
No entanto, é necessário que haja medidas públicas de infraestrutura juntamente com
investimentos em educação para que essas comunidades possam preservar a sua cultura local
e propagá-las de forma mais eficaz ao restante da sociedade, sofrendo menos impactos dos
agentes externos que podem sufocar o conhecimento tradicional através da cultura de massa.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALHO, C. J. R. Conservação da Biodiversidade da Bacia do Alto Paraguai. Campo Grande:
Editora Uniderp, 2003. 420p.
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BANDUCCI JR, Álvaro. Turismo cultural e patrimônio: a memória pantaneira no curso
do rio Paraguai. In: Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 9, n. 20, outubro de 2003,
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BANDUCCI JR, A. Catadores de iscas e o turismo da pesca no Pantanal
BARELLA, W.; Petrere Jr., M.; Smith, W. S.; Montag, L. F. A. As relações entre as matas
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BATISTA, R.; COSTA, K.; GOMES, F. Jornalismo Narrativo: Eficiência e viabilidade na
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9
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<http://www.riosvivos.org.br/> Acesso em 17 de março de 2012.
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FILHO, M. Ciro. Comunicação e jornalismo. A saga dos cães perdidos. 2. Ed. São Paulo:
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modernidade. 9. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. 102 p. ISBN 85-7490-293-4.
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Ática, 2000.
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LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 5. ed. Rio
de Janeiro: Record, 2005.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da
informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 2004.
LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas ampliadas: o livro-reportagem como extensão do
jornalismo e da literatura. Barueri: Universidade Estadual de Campinas, 2004.
Mato-Grossense. Campo Grande: UFMS, 2006.
MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo: Ática, 2001.
PENA, Felipe. Jornalismo literário. São Paulo: Contexto, 2008.
PINHO, J. B.. Jornalismo na internet: planejamento e produção da informação on-line. São
Paulo: Summus, 2003.
SILVA, J.S.V.; ABDON, M. M.; BOOCK, A.; SILVA, M.P. Fitofisionomias dominantes
em parte das sub-regiões do Nabileque e Miranda, Sul do Pantanal. Pesquisa
Agropecuária Brasileira, 33 (número especial). Out. 1998, p.1713-1720.
10
SODRÉ, Muniz; FERRARI, Maria Helena. Técnica de reportagem: notas sobre a narrativa
jornalística. São Paulo: Summus, 1986.
SOUZA, Jorge Pedro de. Uma breve história do jornalismo no ocidente. Em
http://www.bobb.ubi.pt/pag/souza-jorge-pedro-uma-historia-breve-do-jornalismo-no-
ocidente.pdf>. Acesso em: 02 de maio de 2012

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OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO E A PRESERVAÇÃO DO SABER LOCAL EM PORTO DA MANGA - LUIS AUGUSTO DA CRUZ AKASAKI, THAIANY REGINA DA SILVA

  • 1. 1 OS DESAFIOS DO DESENVOLVIMENTO E A PRESERVAÇÃO DO SABER LOCAL EM PORTO DA MANGA Luis Augusto da Cruz Akasaki (Universidade Católica Dom Bosco) gu.akasaki04@gmail.com Thaiany Regina da Silva (Universidade Católica Dom Bosco) thaianyregina@gmail.com A comunicação é o principal pilar da sociedade contemporânea, ou seja, é a base de todo e qualquer indivíduo que vive coletivamente. Além disso, é uma das principais ferramentas organizacionais e administrativas do modelo social aplicado atualmente, tornando-se essencial para o desenvolvimento intelectual, econômico e social em diversas perspectivas. No entanto, se não é conduzida de forma sustentável – proporcionando aos habitantes o conhecimento e também a capacidade de utilização das ferramentas comunicacionais – pode extinguir características locais que vem sendo mantidas há anos em comunidades tradicionais, por exemplo, nas regiões pantaneiras, acostumadas a viver isoladamente. É o caso de Porto da Manga, localizada a 60 km do município de Corumbá, Mato Grosso do Sul (MS), situada à margem direita do rio Paraguai, que segundo Alho (2005), possui uma extensão de 2.621km de extensão (sendo 1.683km em território brasileiro) e suas nascentes localiza-se na Serra do Tapirapuã, na Chapada dos Parecis, no Estado de Mato Grosso (MT). Porto da Manga surgiu com a migração dos moradores de duas cidades próximas: Corumbá e Ladário, segundo Rodrigues (2008, p. 22), “que enfrentavam o problema da falta de oportunidade de trabalho nessas cidades”. Hoje a comunidade continua com a antiga travessia de balsa a rebocador que conduz veículos e passageiros ao cruzar o Rio Paraguai. Além de ser um importante ponto turístico, devido à pesca e à exuberância das belezas naturais da região, onde o principal acesso até a localidade é feito através da Estrada Parque Pantanal (EPP), possui grande relevância devido à história, a sua beleza e as características naturais, destacando-se por sua vegetação, mas principalmente pela quantidade e variedade de animais que vivem em plena harmonia ao longo de seu trecho. Contudo, apesar do conhecimento tradicional e das riquezas da fauna e flora, a comunidade sofre com os impactos e a desvalorização de seu território e de todo o
  • 2. 2 conhecimento de seus antepassados, características que costumavam gerar grandes expectativas a cada viajante – conhecidos como desbravadores – que passavam por ali e compartilhavam de suas histórias e experiências com os povos da região, agregando cada vez mais ao conhecimento local. Marechal Cândido Rondon é o mais conhecido aventureiro e desbravador da região, ele percorreu as terras de Corumbá e o caminho natural constituído pelo rio Paraguai no início de 1900. Segundo Banducci Jr. (2003), Marechal Rondon e sua comissão empenharam-se em expandir a rede telegráfica nacional com o objetivo de permitir o avanço da República aos sertões inóspitos, habitados por “populações arredias” e servir como elemento alavancador do progresso no interior do país. Tornando evidente que comissões como essa, além de levarem o desenvolvimento cultural, a ferrovia e o telégrafo eram também criadoras de terras, pois produziam valor para o espaço, tornando as áreas mais rentáveis e comercializáveis, sendo anteriormente apenas espaços vazios e improdutivos. Esses fatores que representam os esforços destes homens para promoverem o desbravamento e a ocupação dos limites extremos, juntamente com a disseminação do conhecimento e do desenvolvimento para o interior do país, através da linha telegráfica. Ainda hoje é possível ver na comunidade do Porto da Manga o antigo posto telegráfico instalado pela Comissão Rondon, que atualmente encontra-se desativado, mas que mantém sua arquitetura típica – feita sobre uma estrutura de estacas de madeira, popularmente conhecida como palafita – para evitar que durante os períodos de cheias a água não atinja o interior da casa. Partindo do princípio que a informação é a mais poderosa ferramenta de transformação, com uma capacidade ilimitada de atuar no universo cultural da sociedade, consideram-se excluídos os grupos sociais que não vivem na realidade tecnológica da sociedade pós-moderna e esta condição de exclusão acarreta uma série de ajustes socioculturais. Porto da Manga está situada em uma faixa transitória e com importantes aspectos ambientais, tradicionais e de grande relevância histórica. De acordo com o Estudo de Desenvolvimento Integrado da Bacia do Alto Paraguai, em 1974, o Governo Federal, com base nos estudos referidos, instituiu o Programa Especial de Desenvolvimento do Pantanal (PRODEPAN), destinando recursos para investimentos em projetos de transporte, saneamento, energia, desenvolvimento da pecuária e industrialização e pouco depois – na década de 80 – houve uma ascensão no turismo de pesca no Pantanal.
  • 3. 3 Segundo Banducci Jr. (2006), essa ação desencadeou uma demanda maior de iscas vivas para a pesca, o que contribuiu para o surgimento de uma nova frente de trabalho, até então pouco explorada comercialmente na região, e com isso muitos moradores optaram por permanecerem na comunidade concretizando um novo espaço diante da economia local e tornando-se tradicional centenária. Todavia, o fortalecimento econômico só passa a ganhar destaque a partir da década de 80, mas que acabou sofreu um retrocesso em seu desenvolvimento social, organizacional, assistencial e, consequentemente, tornando-se uma comunidade esquecida pelos poderes públicos, que deixaram de assistir as pessoas que habitam a região. Durante as últimas décadas Porto da Manga se viu obrigada a adaptar-se ao isolamento, após cair no esquecimento social, porém, ao longo de sua criação comunitária, houve uma valorização do conhecimento tradicional e respeito hierárquico. Estas características são fundamentais para a permanência e continuidade de um povo, pois é através dos princípios de respeito, não só ao ambiente em que estão inseridos, mas também aos conhecimentos e inovações práticas transmitidas oralmente, que ressaltam e constroem o saber tradicional e suas inúmeras peculiaridades. É um saber alicerçado na vivência dos indivíduos, nas relações pessoais, sociais e também com o ambiente. Pode-se afirmar que o conhecimento tradicional é fruto do trabalho e das descobertas de um grupo, o que justifica sua riqueza e diversidade. Amorozo (1996) acredita que toda sociedade humana acumula um acervo de informações sobre o ambiente que a cerca, que vai lhe possibilitar interagir com ele para prover suas necessidades de sobrevivência. Neste acervo, inscreve-se o conhecimento relativo ao mundo vegetal com quais estas sociedades estão em contato. Na sociologia o termo comunidade pode ser compreendido como um conjunto de pessoas que possuem interesses mútuos e que vivem no mesmo local, organizando-se em um conjunto de normas e que compartilham experiências culturais. É um organismo social e cultural que ultrapassa as características dos próprios indivíduos que a constituem em prol da coletividade. Para Hall (2004) a questão da identidade é extensamente discutida na teoria social da contemporaneidade, pois nunca a essência humana, já que as velhas identidades que estabilizaram o mundo social por tanto tempo, estão em declínio. Isso fez com que surgissem novas identidades e acabaram fragmentando o indivíduo moderno, que até então era visto como um sujeito unificado.
  • 4. 4 A assim chamada “crise de identidade” é vista como parte de um processo mais amplo de mudança, que está deslocando as estruturas e processos centrais das sociedades modernas e abalando os quadros de referência que davam aos indivíduos uma ancoragem estável no mundo social (HALL, 2004, p. 7.). Tendo em vista essa situação da era pós-moderna que reflete na perca da identidade cultural e instabilidade social, citada por Hall (2004), é possível perceber que a comunidade do Porto da Manga estagnou no processo evolutivo global, tornando-se cada vez mais esquecida e excluída no contexto globalizado. Apesar do conceito de comunidade ser considerado por muito teóricos uma rotulação, ou melhor, uma construção mental, os indivíduos que permanecem nela ou já se ausentaram – por motivos de morte ou até mesmo deslocamento – adquiriram e deveriam transmitir suas referências culturais aos demais, a fim de estabelecer um legado que seguirá pelas gerações através da oralidade. Entretanto, essa continuidade cultural no Porto da Manga está ameaçada. Os moradores que vivem nessa comunidade tradicional tendem a explorarem os recursos que lhes são oferecidos espontaneamente dentro dos padrões de recuperação natural, evidenciando o respeito aos ciclos de produção e a existência do manejo adequado dos recursos naturais. Essas formas de exploração se revelam não somente economicamente viáveis, mas principalmente são detentoras de conhecimentos herdados de seus antepassados, agregando valores sustentáveis e também de conservação do meio ambiente e que devem ser mantidos às novas gerações. Por meio do decreto 6.040/2007, a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais traz a definição dessas comunidades como “grupos culturalmente diferenciados que se reconhecem como tais, com suas formas próprias de organização social, que ocupam e usam territórios e recursos naturais como condição para sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, utilizando-se de conhecimentos, inovações e práticas geradas e transmitidas pela tradição. Uma grande dependência dos recursos naturais, acabando por se obter um profundo conhecimento dos ciclos biológicos e dos recursos naturais, tecnologias patrimoniais, simbologias, mitos e uma linguagem específica, com sotaques e inúmeras palavras de origem ameríndia, constituindo-se como populações de determinados conhecimentos específicos, e por assim dizer, tradicionais (FERREIRA, et. al. 2007, p. 15).
  • 5. 5 Segundo Ferreira (2007), com base no exposto acima, que o processo de sociabilidade das relações sociais no desenvolvimento e constituição das comunidades tradicionais se constrói. Além de reportar também sobre a importância da garantia, do reconhecimento, valorização e permanência desses grupos em seus territórios. Um local onde realizam suas expressões socioambientais, econômicas e culturais, sendo uma maneira de fazer com que a cultura e o conhecimento local permaneçam vivos e sejam compartilhados por gerações. Levando em consideração o conhecimento necessário sobre a relevância comunicacional no século XXI, a velocidade e a abrangência, juntamente com a interatividade inseridas no meio tradicional e principalmente no digital, os avanços tecnológicos interferem diretamente na sociedade pós-moderna na qual pertencemos. E as comunidades isoladas devem utilizar a comunicação como uma ferramenta para conquistarem melhorias sociais e agregarem valor ao conhecimento que vem se formando no decorrer das gerações, juntamente com a disseminação de sua cultura e do saber local. Através da aproximação social, através da coleta de dados e conversas informais, percebemos que a comunidade pantaneira sofreu transformações na sua condição social e na transmissão de suas histórias. Conforme dito anteriormente, vivemos em uma sociedade globalizada e pós-moderna - digitalizada - sendo as principais características o imediatismo, em velocidade cada vez mais elevada, a produção de conteúdos em massa e a utilização de plataformas bastante diversificadas para propagação das informações. A principal tendência neste domínio é a digitalização, que atinge todas as técnicas de comunicação e de processamento de informações. Ao progredir, a digitalização conecta no centro de um mesmo tecido eletrônico o cinema, a radiotelevisão, o jornalismo, a edição, a música, as telecomunicações e a informática. [...] Eis por que a noção de interface pode ser estendida ao domínio da comunicação como um todo e deve ser pensada hoje em toda sua generalidade (LEVY, 2004, p.102). Uma breve análise do trecho citado anteriormente demonstra que o formato digital possibilita a integração entre as mídias e possibilita aos usuários comuns, e também aos profissionais, novas experiências de comunicação. Entende-se que a Internet é o resultado do capitalismo tardio e resultam novos modos de consumo (JAMESON, 2000) – incluindo a informação e cultura – no entanto, ela não deve ser vista como uma inimiga e sim uma consequência do desenvolvimento.
  • 6. 6 A sociedade contemporânea vive a Terceira Idade da Máquina, na qual o seu maior símbolo são os computadores. Consequentemente, o desenvolvimento tecnológico, as formas de consumo e produção – comercial, cultural e a informação –, juntamente com o desenvolvimento do capitalismo aderiu a um padrão globalizado e imediatista (JAMESON, 2000). No entanto, observa-se que a comunidade do Porto da Manga não acompanhou esse processo de desenvolvimento globalizado e, portanto, enfrenta sérios problemas para absorver e propagar informações de uma maneira que não prejudique a sua própria cultura. Os mecanismos que ainda garantem alguma obtenção de conteúdos são o rádio e a televisão - consideradas mídias tradicionais -, os turistas que chegam na região e os habitantes que se deslocam para cidades próximas - buscando por produtos, educação e atendimento médico - e retornam para comunidade em curto ou longo prazo. Partindo da fundamentação do jornalismo, que inclui o compromisso social, a ética, a veracidade e a credibilidade, observamos que esse êxodo dos moradores, as interferências do turismo na região e a utilização inadequada dos meios de comunicação estão prejudicando a cultura local e não agregando o valor necessário. Os padrões de consumo e imediatismo estabelecidos na Terceira Idade da Máquina, que para os moradores são apresentados através das mídias tradicionais, continuam não se adequando as condições reais nas quais eles vivem e acabam ocasionando um verdadeiro “choque cultural”. Deste modo, ao invés de possibilitarem novas experiências de comunicação - que consistem no intercâmbio de conhecimento e produção de conteúdos -, acabam ocasionando uma espécie de sufocamento da cultura local e absorção da cultura globalizada. Aspecto observado principalmente na oralidade - na qual os anciões ou líderes mais antigos repassam lendas, histórias e saberes locais aos mais jovens para que esse conhecimento siga entre as gerações - que aos poucos é sufocada pelas músicas de sucesso e pelas novelas que repassam o estilo de vida dos grandes centros urbanos. OBJETIVO Este trabalho visa analisar as mudanças na vida cotidiana dos moradores de Porto da Manga, a partir das influências externas vivenciadas, considerando que a comunidade já foi um grande potencial econômico, adaptou-se ao isolamento após cair no esquecimento social e atualmente, corre o risco de extinção cultural. Ou seja, o saber local adquirido ao longo de
  • 7. 7 décadas está com sua preservação ameaçada. Um dos fatores desta problemática, enfrentada pelos habitantes da região, está diretamente relacionada com a comunicação, uma vez que no passado este mesmo recurso foi considerado um importante mecanismo para o progresso no local. É importante destacar que o processo de desenvolvimento tornou-se obsoleto no mesmo período em que os investimentos comunicacionais deixaram de serem realizados na região. METODOLOGIA O principal recurso utilizado na caracterização da pesquisa e no desenvolvimento do trabalho, além dos referenciais teóricos, foi a entrevista. Foram entrevistados oito moradores que residem na região a mais de trinta anos e para elaboração do roteiro de perguntas foram estabelecidos diálogos com pesquisadores que já atuaram na comunidade, com a finalidade de aproximação da realidade local e interpretá-la com base nas técnicas jornalísticas de apuração e reportagem. A entrevista, nas suas diferentes aplicações, é uma técnica de interação social, de interpenetração informativa, quebrando assim isolamentos grupais, individuais, sociais; pode também servir à pluralização de vozes e à distribuição democrática da informação. Em todos estes ou outros usos das Ciências Humanas, constitui sempre um meio cujo fim é o inter- relacionamento humano (MEDINA, 2001, p.8). Utilizando a entrevista de forma qualitativa houve a possibilidade de coletar informações básicas como: nomes, datas de nascimento, profissões, estado civil, há quanto tempo os moradores habitam a região, se possuem filhos e ao longo de um questionário impresso – que também contou com o auxílio de um gravador digital– obtivemos registros informais. Logo, a condição de informalidade nos permitiu conhecer o aspecto turístico da comunidade pantaneira, juntamente com os principais aspectos da realidade local e humanizar, através de um livro-reportagem, as histórias de vida de seus habitantes e a oralidade presente na cultura. CONSIDERAÇÕES FINAIS Como resultado o trabalho geriu um resgate histórico da região, ressaltando a importância do saber local para manutenção da cultura ribeirinha pantaneira e a ligação do homem com o meio ambiente, onde a participação ativa dos moradores em seu desenvolvimento é essencial para a sustentabilidade da comunidade. Destacando que a
  • 8. 8 comunicação na pós-modernidade é um processo extremamente globalizado e que ao mesmo tempo, é capaz de excluir duramente aqueles que não se enquadram em seus requisitos. No entanto, é necessário que haja medidas públicas de infraestrutura juntamente com investimentos em educação para que essas comunidades possam preservar a sua cultura local e propagá-las de forma mais eficaz ao restante da sociedade, sofrendo menos impactos dos agentes externos que podem sufocar o conhecimento tradicional através da cultura de massa. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALHO, C. J. R. Conservação da Biodiversidade da Bacia do Alto Paraguai. Campo Grande: Editora Uniderp, 2003. 420p. AMOROZO, M. C. de M. 1996. Abordagem etnobotânica na Pesquisa de Plantas medicinais. In: DI STASI, L. C. (Org). Plantas medicinais. Um guia de estudo interdisciplinar. São Paulo. EDUSP. P. 47-68. BANDUCCI JR, Álvaro. Turismo cultural e patrimônio: a memória pantaneira no curso do rio Paraguai. In: Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 9, n. 20, outubro de 2003, p. 117-140. BANDUCCI JR, A. Catadores de iscas e o turismo da pesca no Pantanal BARELLA, W.; Petrere Jr., M.; Smith, W. S.; Montag, L. F. A. As relações entre as matas ciliares, os rios e os peixes. In: Rodrigues, R. R.; Leitão Filho, H. F. (Ed.). Matas ciliares: conservação e recuperação. São Paulo: Edusp, 2001. BARROS FILHO, Clóvis de. Jornalismo: comunicação, literatura e compromisso social. São Paulo: Paulus, 2007. BARTLE, Phil. O que é comunidade? Uma perspectiva sociológica. 24.10.2011. Trad. Sofia Ferreira Fernandes. Disponível em: <http://cec.vcn.bc.ca/mpfc/whatcomp.htm>. Acesso em: 23 de maio de 2012. BATISTA, R.; COSTA, K.; GOMES, F. Jornalismo Narrativo: Eficiência e viabilidade na mídia impressa. Campus: Uniflu, 2004. Disponível em: <http://www.bocc.ubi.pt/pag/costa- klenio-jornalismo-narrativo.pdf>. Acesso em: 02 de maio de 2012. BAUMAN, Zygmunt. Comunidade: a busca por segurança no mundo atual. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2003. BELTRÃ, Luiz. Jornalismo interpretativo: filosofia e técnica. Porto Alegra: Sulina, 2004. BELTRÃO, Luiz. Jornalismo interpretativo: filosofia e técnica. Porto Alegre: Sulina, 1976.
  • 9. 9 CARNEIRO, João Marinonio Aveiro. Filosofia e educação na obra de Rondon. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1988. ECOA: Ecologia e Ação – Comunidades. Porto da Manga, Corumbá/MS. Disponível em: <http://www.riosvivos.org.br/> Acesso em 17 de março de 2012. FERRARI, Pollyana. Jornalismo digital. São Paulo: Contexto, 2004. FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 4. ed. Curitiba: 2009. FERREIRA, M. de N. P. Comunidades ribeirinhas amazônicas: memória, ethos e identidade. In: FRAXE, Therezinha de Jesus Pinto; WITKOSKI, Antônio Carlos, 2007. FILHO, M. Ciro. Comunicação e jornalismo. A saga dos cães perdidos. 2. Ed. São Paulo: Hacker editores, 2002. HALL, Stuart; SILVA, Tomaz Tadeu da (Trad.). A identidade cultural na pós- modernidade. 9. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2004. 102 p. ISBN 85-7490-293-4. JAMESON, Frederic. Pós-modernismo: a lógica cultural do capitalismo tardio. São Paulo: Ática, 2000. KUCINSKI, Bernardo. Jornalismo na era virtual: ensaios sobre o colapso da razão ética. São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005. LAGE, Nilson. A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística. 5. ed. Rio de Janeiro: Record, 2005. LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 2004. LIMA, Edvaldo Pereira. Páginas ampliadas: o livro-reportagem como extensão do jornalismo e da literatura. Barueri: Universidade Estadual de Campinas, 2004. Mato-Grossense. Campo Grande: UFMS, 2006. MEDINA, Cremilda de Araújo. Entrevista: o diálogo possível. São Paulo: Ática, 2001. PENA, Felipe. Jornalismo literário. São Paulo: Contexto, 2008. PINHO, J. B.. Jornalismo na internet: planejamento e produção da informação on-line. São Paulo: Summus, 2003. SILVA, J.S.V.; ABDON, M. M.; BOOCK, A.; SILVA, M.P. Fitofisionomias dominantes em parte das sub-regiões do Nabileque e Miranda, Sul do Pantanal. Pesquisa Agropecuária Brasileira, 33 (número especial). Out. 1998, p.1713-1720.
  • 10. 10 SODRÉ, Muniz; FERRARI, Maria Helena. Técnica de reportagem: notas sobre a narrativa jornalística. São Paulo: Summus, 1986. SOUZA, Jorge Pedro de. Uma breve história do jornalismo no ocidente. Em http://www.bobb.ubi.pt/pag/souza-jorge-pedro-uma-historia-breve-do-jornalismo-no- ocidente.pdf>. Acesso em: 02 de maio de 2012